Nesta quarta-feira (2), a Polícia Federal deflagrou a operação 3FA, resultando na prisão do hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter sido responsável pelo vazamento de mensagens da chamada Vaza Jato. O hacker invadiu telefones de diversas autoridades envolvidas com a operação Lava Jato. Além disso, a PF também cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento e no gabinete da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Operação no DF e em SP

Os mandados de busca e apreensão foram realizados em três locais no Distrito Federal e em dois em São Paulo.

Já o mandado de prisão preventiva foi cumprido contra Walter Delgatti Neto, que se encontra detido em Araraquara, no interior de São Paulo. A defesa do hacker informou que ainda não teve acesso à decisão e somente permitirá que seu cliente deponha na presença do advogado.

Segundo informações oficiais da Polícia Federal, a operação visa obter mais informações sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Os documentos forjados incluíam um mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, com uma inscrição contendo a frase "faz o L", referente a um slogan utilizado durante a campanha de Lula, em 2022.

Os crimes investigados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando foram inseridos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, possivelmente, em outros tribunais do país, 11 alvarás de soltura e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro Alexandre de Moraes, segundo informações da Polícia Federal.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, se manifestou sobre a operação em suas redes sociais, destacando que as ações visam defender a Constituição e a ordem jurídica, em meio aos ataques às instituições.

A operação 3FA recebeu esse nome em referência ao método de segurança de gerenciamento de identidade e acesso conhecido como "autenticação de dois fatores (2FA)".

Essa técnica exige duas formas de identificação para acessar recursos e dados.

As investigações apontam que o grupo de hackers teve acesso remoto aos bancos de dados após a invasão e que o acesso foi interrompido após a descoberta, com medidas sendo tomadas para evitar novas invasões. Os fatos apurados, em tese, configuram os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, de acordo com a Polícia Federal.