Agentes da Polícia Civil estão investigando o caso do funcionário de um supermercado que teria sido vítima de injúria e tortura praticadas por colegas de trabalho no bairro Lourdes, em Caxias do Sul (RS). O caso teria ocorrido no dia 26 de setembro e foi tudo filmado por um vídeo realizado pelos próprios agressores. No vídeo, que tem uma duração de 40 segundos, a vítima de 22 anos, que é portador de deficiência auditiva, é apresentada amarrada pelos pulsos no corrimão de uma escada do estabelecimento e em seguida é chamada pelos companheiros de trabalho de "macaco".
De acordo com o delegado responsável pela investigação do caso, Vitor Augusto, o homem teria sido amarrado pelos colegas com sacolas plásticas e não apresentava nenhum tipo de reação. Pelo fato de ter sido chamado de "macaco", os suspeitos de terem cometido o ato poderão responder pelo crime de injúria.
Ainda conforme o delegado, não é sabida exatamente em qual mercado da rede foram feitas as imagens, mas que a escada parece ser a do caminho de um depósito. A mãe da vítima foi quem realizou a denúncia na delegacia, após ter visto as imagens do vídeo, e disse aos policiais que seu filho trabalha no local a aproximadamente cinco anos, e que sempre foi alvo de brincadeiras de mau gosto e injúrias.
Após a denúncia, o rapaz foi encaminhado para realizar um exame de corpo de delito, mas o resultado do exame ainda não foi concluído. Dois jovens que estão sendo investigados pelo crime já foram desligados da empresa e agora serão acionados para prestarem os devidos esclarecimentos no departamento de polícia.
O portal UOL teve acesso às imagens do vídeo divulgado. No conteúdo, o jovem aparece com os pulsos amarrados e as costas presas ao corrimão de uma escada. Ao fundo, colegas de trabalho estão caçoando do rapaz e chamando-o de "mudinho", outros mencionam para que ele mande um beijo para os pais no vídeo. O jovem tenta se soltar, mas não consegue. Enquanto isso, um outro funcionário diz a ele: "é um vagabundo mesmo, fica amarrado aí".
Os envolvidos poderão ser presos
Ainda conforme a polícia, os dois envolvidos poderão ser presos ao longo das investigações. Entretanto, o delegado menciona que os envolvidos não apresentam nenhum risco à sociedade, e por conta disso a prisão em flagrante não foi pedida. As identidades dos suspeitos ainda não foram divulgadas pelas autoridades, já que os trabalhos investigativos ainda estão sendo realizados.
Procurada, a rede de supermercado Andrezza relatou que o rapaz está recebendo o devido acompanhamento psicológico e já está trabalhando novamente. Em nota, o supermercado diz que repudia episódios como este, classificado como "lamentável", e que os dois suspeitos envolvidos na ação já foram demitidos.
A empresa menciona que desde o ano de 2009 contrata funcionários com deficiência física e está à disposição da polícia para qualquer ajuda na resolução do caso.