Foram presos no último sábado (3) o pai e a madrasta da menina Mel Rhayane Ribeiro de Jesus, de apenas 6 anos, que morreu na noite da última sexta-feira (2), devido a várias agressões e torturas sofridas na comunidade da Cachoeirinha, em Lins de Vasconcelos, na zona norte do Rio de Janeiro. A criança ainda foi socorrida e encaminhada ao Hospital Naval Marcílio Dias, mas já chegou morta na unidade de saúde. Devido ao alto grau das lesões no corpo da criança, os profissionais de saúde resolveram chamar a Polícia.
Ainda no hospital, homens da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Lins mantiveram o pai detido para os esclarecimentos dos fatos.
Ali mesmo ele teria dito aos policiais que agredia constantemente a filha.
De acordo com os agentes da Polícia Civil, o pai da criança, Rodrigo Jesus da França, de 25 anos, teria confessado o crime e mencionou que as agressões contra a garota teriam começado há tempos. Rodrigo foi preso em flagrante e será indiciado por homicídio qualificado. A madrasta da menina, Juliana Mayara Brito da Silva, de 20 anos, também foi detida suspeita de omitir informações que ajudariam na resolução do caso.
Ainda conforme a polícia, o pai da menina teria dito em seu depoimento que deixava a criança amarrada e que as agressões cometidas por ele seriam para tentar conter um suposto comportamento sexual alterado da criança, pois, segundo ele, a menina já teria sido abusada por seu padrasto e que passou a ter problemas psicológicos fazendo com que ela ficasse se masturbando.
A menina também foi retirada da escola pelo pai para que as pessoas não percebessem as marcas das agressões no corpo da criança.
De acordo com laudo da perícia realizada no corpo de Mel, a criança estaria sem uma parte da orelha e havia úlceras nas regiões do tornozelo e nas mãos.
Em seu depoimento, a mãe da criança, Fernanda Cristina Ribeiro Tavares, teria dito aos policiais que toda a versão contada pelo ex-marido seria mentira e que ele teria inventado a história do abuso contra a menina para conseguir a guarda da criança e não pagar a devida pensão alimentícia.
Ainda segundo a mãe da criança, a guarda de Mel foi entregue ao pai em dezembro do ano passado e ela nem estava mais casada. “Eu me separei somente porque meu relacionamento não deu certo, não porque meu marido tinha feito algo contra minha filha. Pelo contrário, ele era uma pessoa muito boa, e nunca faria algo dessa gravidade com a Mel.
O Rodrigo inventou isso tudo apenas para não pagar a pensão da garota, e agora minha filha está morta de tanto que ele bateu nela e a torturou”, comentou a mãe da menina.
Flávia ainda contou que há um laudo realizado na época da denúncia que diz que a menina não teria sofrido nenhum tipo de abuso por conta de seu padrasto, e que após a guarda entregue ao pai, ela nunca mais conseguiu ver a menina.
Polícia contraria versão da mãe da criança
Contrariando a versão de Fernanda, os agentes acreditam que ela sabia sim dos abusos ocorridos pelo ex-marido contra a sua filha e que ela era omissa. Ainda conforme os agentes, a menina realmente teria desenvolvido um problema psicológico por conta desses abusos e que o pai a espancava por conta desses comportamentos. Os agentes também relataram que Fernanda também teria passagens por maus tratos a filha.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil da região.