Na tarde desta última sexta-feira (6), o público presente na Bienal do Livro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, viu a chegada de 12 fiscais da Secretaria de Ordem Pública (Seop). A missão dos agentes da Prefeitura do Rio de Janeiro era identificar e lacrar livros considerados "impróprios".

De acordo com uma matéria publicada pelo jornal Extra, os fiscais estavam acompanhados de seguranças e vasculharam 150 estandes em busca da revista em quadrinhos: "Vingadores: A Cruzada das Crianças". Nesta obra é mostrado o beijo entre dois rapazes, super-heróis adolescentes.

No dia anterior à operação, o prefeito Marcelo Crivella determinou que fossem apreendidos todos os exemplares da obra literária.

'Proteger as crianças'

Matéria divulgada neste sábado (7) pelo jornal Extra, mostra alguns lugares que poderiam ter sido beneficiados com a presença de agentes da prefeitura, mas que, infelizmente, não estão recebendo a devida atenção do prefeito da cidade.

A matéria fala sobre o problema dos camelôs ilegais que atuam na rua Conde de Bonfim, altura da praça Saens Peña.

A situação está tão complicada, que fica difícil para os pedestres andarem na calçada, devido ao alto número de camelôs ilegais na região.

O aposentado Hélcio Siqueira, de 73 anos, reclamou sobre o que acontece: "Os camelôs montam a barraquinha onde bem entendem e ninguém fiscaliza", reclamou o aposentado.

Na matéria ainda são apresentados os casos de estacionamento irregular, que acontece na rua Campos Sales, em que se encontra também a presença de flanelinhas que não são incomodados por nenhuma autoridade.

Outra situação problemática que não teve a atenção da prefeitura foi a da antiga favela do Metrô, na rua São Francisco Xavier.

No local existem lojas que começaram a ser construídas, mas que agora estão abandonadas e servem de abrigo para moradores de rua e usuários de drogas.

A Secretaria de Fazenda informou que faz ações regularmente na rua Conde de Bonfim e que também implantou programa com a finalidade de ordenar o comércio ambulante.

Enquanto a Seop afirmou ter enviado equipe para apurar casos de estacionamento irregular e também afirmou que atua diariamente contra irregularidades.

A Secretaria de Habitação se manifestou sobre as lojas inacabadas. O órgão da prefeitura afirmou que o Governo anterior paralisou as obras e a empresa responsável pela construção decidiu rescindir o contrato com a prefeitura.

Investigação sobre atitude do prefeito

Ainda segundo o jornal Extra, os vereadores Tarcísio Motta e Renato Cinco, do PSOL, já entraram com representação junto ao Ministério Público (MP) para investigar a atuação da Prefeitura do Rio na Bienal.

Os vereadores acreditam que há indícios de improbidade administrativa cometida pela Seop, além de censura prévia e violação do direito à liberdade de expressão.