Na terça-feira (22), Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), o direito à prisão domiciliar. Assim, o alcaide irá deixar o presídio de Benfica e será obrigado a usar tornozeleira eletrônica.

Desta maneira, Crivella será obrigado a informar um endereço fixo em que a pena será cumprida. Ele também estará proibido de manter contato com terceiros, exceto familiares próximos, advogados e profissionais de saúde, desde que previamente constituídos.

Sem internet

Marcelo Crivella também estará proibido de usar telefones e dispositivos eletrônicos, como computadores e tablets, sendo obrigado a entregá-los às autoridades. Ele também estará proibido de ausentar-se de sua casa sem autorização.

Crivella foi preso na manhã de terça-feira (22) em uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).

O prefeito foi levado para o presídio de Benfica, zona norte carioca, no início da noite, depois que sua prisão foi confirmada em uma audiência de custódia.

Ainda que esteja em prisão domiciliar, Marcelo Crivella continuará afastado de suas atividades como prefeito. Seu mandato terminará no próximo dia 31 de dezembro.

Crise

O MP-RJ afirmou que a quadrilha liderada pelo prefeito do Rio usou a crise para cobrar propina de empresas que iriam receber da prefeitura.

As empresas de serviços não essenciais que pagavam propina recebiam o privilégio de receberem primeiro os pagamentos atrasados do município, afirmou o MP.

Em 2018, com a dificuldade da Prefeitura carioca em pagar todos os seus fornecedores, ela tinha que escolher quais empresas seriam pagas primeiro.

Segundo o Ministério Público, a crise foi vista como uma maneira de privilegiar as empresas que estavam envolvidas no esquema de Corrupção.

A informação foi revelada em uma entrevista coletiva ocorrida pouco depois da prisão do prefeito. Quem deu as informações foi o promotor do MP Carlos Eugênio Greco.

Penúria

Apesar do momento crítico que a Prefeitura do Rio de Janeiro estava atravessando em 2018, ainda assim foi movimentado pelo esquema de corrupção a quantia de R$ 50 milhões, afirmou o subprocurador-geral Ricardo Ribeiro Martins.

Martins justificou a prisão de Crivella ter ocorrido neste momento porque existem indícios de que a organização criminosa não iria cessar suas atividades mesmo com o fim da administração do atual prefeito.

Após sua prisão, o sobrinho de Edir Macedo afirmou que está sendo vítima de "perseguição política" e negou todas as acusações.