Faleceu nesta segunda-feira (28) a mãe de Marcelo Crivella, dona Eris Bezerra Crivella, aos 85 anos. O óbito foi confirmado na madrugada, mas a causa da morte não foi divulgada. Ela morreu na própria residência que fica localiza em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.

O enterro da senhora Eris Crivella está previsto para acontecer nesta quarta-feira (30), e ela será sepultada no Cemitério do Caju. O prefeito, que segue afastado da função após a decisão da Justiça e cumpre prisão domiciliar com aparelho de monitoramento da Justiça (tornozeleira eletrônica), terá que solicitar na Justiça um pedido de autorização para acompanhar o velório da mãe.

Marcelo Crivella (Republicanos) foi indiciado e preso nos desdobramentos das investigações de codinome Operação Hades, que investiga um suposto esquema de “QG da Propina”, que estava acontecendo na Prefeitura do Rio. Após ser levado para prisão, a Justiça concedeu uma liminar para Crivella ficar em prisão domiciliar até que haja uma segunda decisão sobre o caso.

A prisão domiciliar para Crivella foi dada pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins.

Como a polícia chegou até Crivella

Além de Crivella, mais seis pessoas foram presas por conta das investigações que vêm sendo realizadas pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro. Entre as pessoas presas está o empresário Rafael Alves, apontado como operador do pagamento de propina.

As investigações sobre caso já vem acontecendo desde março do ano passado (2019). A linha de investigação que os investigadores vêm trabalhando é a de que empresários que atuam no Rio pagavam para ter direito a licitações municipais de forma ilegal e receber valores que eram devidos pela gestão municipal.

A polícia chegou a Crivella depois que o doleiro Sérgio Mizrahy disse durante seu depoimento à Justiça que o esquema vinha funcionando dentro da Prefeitura do Rio, o qual ele chamou de “QG da Propina” e apontou o empresário Rafael Alves como condutor do esquema.

Doleiro entregou esquema durante a delação premiada

Já o doleiro foi preso nos desdobramentos das investigações da Lava Jato, na Operação Câmbio, Desligo. Em depoimento, Mizrahy revelou também que tratava Crivella por um codinome chamado 01 (zero um) e que já havia realizado transações financeiras com prefeito, informação que foi comprovada através de mensagens trocadas via WhatsApp onde falavam sobre a transação e para quem seria destinado o dinheiro, no caso, Crivella.

O doleiro confessou também à polícia que o empresário recolheu os recursos para serem investidos na campanha de Crivella das eleições que aconteceram em 2016.

A investigação analisou quase 2 mil mensagens trocadas entre Crivella e Rafael Alves e mostrou que os dois são muito próximos — marcavam reuniões de madrugada ou caminhadas bem cedo.