Na noite da terça-feira (12) aconteceu a chegada do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra ao presídio Pedrolino Werling de Oliveira (mais conhecido como Bangu 8), no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro. Houve tensão na chegada do médico ao complexo penitenciário. O anestesista passou por uma audiência de custódia, na mesma terça-feira, depois foi transferido para Bangu 8 para cumprir prisão preventiva. Giovanni foi filmado abusando de uma mulher que estava na mesa de parto. Ele também está sendo investigado por mais cinco possíveis abusos de mulheres em unidades em que trabalhou.

Prisão preventiva

O médico de 31 anos teve a prisão convertida de flagrante para preventiva na última terça-feira. Com a alteração de sua situação, o profissional da saúde irá ficar preso por tempo indeterminado. Sua situação será reavaliada se passar dos 90 dias, neste ínterim, o inquérito policial poderá ser finalizado e entregue ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que irá decidir se irá denunciá-lo ou não, e ainda decidirá pela permanência dele na prisão.

O caso

Giovanni Quintella Bezerra passou a ser alvo da desconfiança de seus colegas de trabalho no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti. O grupo então resolveu gravar a terceira operação cesariana que o anestesista fora escalado para o último domingo (10) depois de repararem que ele apresentava um comportamento estranho nas duas cirurgias anteriores que participou.

Uma das funcionárias contou para a Polícia que o médico sempre se posicionava de maneira a ficar de frente para a cabeça da paciente, impedindo que as outras pessoas na sala de cirurgia vissem qualquer coisa. Foi então que ela e outros funcionários posicionaram um telefone celular em um armário com portas de vidro, porém não estavam presentes na operação e só puderam ver o flagrante quando pegaram o celular.

Por isso não puderam interromper o ato criminoso. A funcionária também contou que Giovanni sedava de forma exagerada as pacientes, que nem mesmo conseguiam segurar seus filhos recém-nascidos depois do parto.

Surpresa

O anestesista mostrou-se surpreso quando recebeu voz de prisão da delegada Bárbara Lomba e ao saber que havia sido gravado cometendo o abuso contra a paciente.

O médico anestesista foi indiciado por estupro de vulnerável, crime que tem pena que varia de 8 a 15 anos de reclusão.

A defesa do médico declarou que ainda não teve acesso à íntegra dos depoimentos e dos elementos de provas produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante. A defesa também disse que irá se manifestar sobre o caso depois que tiver acesso a todas as informações.