Na última segunda-feira (13), por mais de sete horas Jairo Santos de Souza, conhecido como Dr. Jairinho prestou depoimento no plenário do Segundo Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. A oitiva estava marcada para 9h30, mas teve inicio somente após as 11h30 por causa de um bate boca entre a juíza Elizabeth Machado Louro e os advogados de defesa.

A juíza pediu para os advogados permanecerem sentados no que eles disseram que a magistrada estava cerceando o direito deles se mexerem pelo plenário. Depois da discussão, Jairinho negou que estivesse envolvido na morte de Henry Borel e se dedicou a questionar o resultado do laudo da necropsia realizado pelo perito Leonardo Tauil.

Segundo o réu, Tauil mentiu, pois não teria visto o corpo, quando se tem um pneumotórax, e o pulmão se encontra encostado no lado direito, e o perito descreveu que o pulmão estava contundido, Leonardo Tauil está mentindo, acusou Jairo Santos de Souza. Jairo baseou seus argumentos em uma das teses elaboradas por Sami El Jundi, perito contratado para defendê-lo.

Lógica

Jairinho em sua defesa pediu para que tanto a juíza e o promotor Fábio Vieira fizessem um exercício de lógica e se questionassem o porquê dele, Jairinho, não ter sido detido no momento em que chegou ao hospital caso a criança tivesse sinais de violência no corpo. Jairo até mesmo jurou que é inocente. Ele usou o nome de Deus para garantir que nunca encostou em uma criança, que nunca em sua vida fez algo do tipo, disse o réu logo no começo de seu depoimento.

Jairinho também afirmou que ele e sua família estão sofrendo com a prisão e fez um pedido à juíza, que ela autorizasse buscas de apreensão no hospital Barra D’or para que se busque mais detalhes da noite em que Henry Borel foi atendido na instituição hospitalar.

O ex-vereador relembrou a noite em que o menino morreu. Jair disse que pegou no sono enquanto estava vendo uma série no quarto hóspedes e somente lembra-se de quando foi acordado por Monique, mãe de Henry, para prestar socorro a Henry Borel.

Ele continuou seu relato dizendo que a criança estava no colo da mãe, e que estava respirando mal e tinha as mãos geladas, então Jairo se vestiu rapidamente e ele e Monique levaram Henry até o Barra D’or, alegou Jairinho. Ele prosseguiu seu relato dizendo ainda que tentou socorrer a criança no elevador.

Jairo relatou que viu o momento em que foram feitas algumas manobras de reanimação feitas em Henry e aproveitou para salientar que uma delas teve a participação de um enfermeiro, o que pode ter contribuído para que fossem causadas algumas lesões no menino.

Ao término da sessão, a defesa de Jairo novamente pediu que o radiologista que prestou socorro a Henry seja interrogado novamente, assim como as médicas que atenderam a criança. A defesa de Jair também pediu as imagens do atendimento do enteado ocorrido no dia 8 de março, os advogados também pediram um segundo exame de raio-x de Henry, da oitiva dos auxiliares da necropsia que tiraram fotos do corpo do menino e de uma enfermeira que participou do atendimento a Henry. O Ministério Público e a assistência de acusação deverão se manifestar sobre os pedidos da defesa de Jairo no prazo de cinco dias, a contar da terça-feira (14), para que seja deferido ou não pela juíza.