O ano de 2018 não encerrou da melhor forma para o Facebook. A empresa de Mark Zuckerberg ficou marcada pelos escândalos de divulgação de dados de seus usuários com empresas como a Microsoft, Amazon e Yahoo. Segundo um relatório da companhia de Tecnologia e dados Bloomberg, após os ocorridos do último ano as ações do Facebook caíram cerca de 38%. O declínio reduziu US$ 32,7 bilhões do patrimônio líquido do CEO, deixando-o em sétimo lugar no Bloomberg Billionaires Index, uma lista das pessoas mais ricas do mundo.Para 2019, a gigante de tecnologia terá de reformular seu modelo de Negócios ou sofrerá com medidas regulatórias e multas altas.

Além disso, dois agentes podem fazer mais do que qualquer regulador para restringir o poder do Facebook. Estes são os agentes que deram a ele esse poder, o usuário e o investidor.

Multa bilionária na União Europeia

No dia 14 de dezembro, o Facebook revelou que um bug no sistema deu a centenas de aplicativos o acesso não autorizado a fotos particulares de 6,8 milhões de usuários. O erro permitiu que as informações fossem acessadas por 12 dias, entre 13 e 25 de setembro. Após o ocorrido a Comissão de Proteção de Dados da Irlanda - responsável pelo Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR, na sigla em inglês) - deu início a uma investigação sobre a empresa depois de receber uma série de notificações de violações.

Caso a gigante da mídia social chegue a ser penalizada, o custo saíra alto. No que diz respeito ao Regulamento GDPR, é possível que uma empresa seja multada em até 4% de sua receita global. No caso do Facebook, essa multa poderia chegar a US$ 1,5 bilhão.

Acordo assinado nos Estados Unidos

O Facebook também está sendo alvo de investigação devido a um “decreto de consentimento” assinado, em 2011, com a Federal Trade Commission (FTC).

No documento a companhia concordou em não compartilhar os dados de seus usuários sem consentimento. Em caso de violação, a agência pode multar o Facebook em até US$ 40 mil por dia e por infração. Mas David Vladeck, ex-chefe de proteção ao consumidor da mesma comissão, disse ao jornal Washington Post que o intuito não é colocar as empresas fora dos negócios, mas sim, conscientizar e impedir que o Facebook e outras companhias sejam indiferentes quanto à proteção dos dados do consumidor.

A luta de Zuckerberg para consertar o Facebook

Em uma nota de final de ano, Zuckerberg admitiu que ainda tinha muito trabalho a fazer, mas que já vem implementando mudanças como a contratação de mais de 30 mil pessoas e um investimento anual de bilhões de dólares, tudo direcionado a segurança. A empresa também incluiu novas opções de privacidade e tornou a publicidade direcionada mais transparente ao publicar um banco de dados pesquisável com informações sobre gastos de anunciantes. Resta esperar para saber se as mudanças serão suficientes para reconquistar o público afetado.