Estreou nessa quinta-feira (10) no Brasil a animação Homem-Aranha: no Aranhaverso. A produção dirigida por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman é um sucesso de bilheteria nos Estados Unidos e ganhou vários prêmios, entre eles o de melhor animação no Globo de Ouro.
Talvez por saberem que estariam entrando em terreno pantanoso, visto que, a saga do herói no Cinema passou por momentos que beiraram o constrangedor, os três diretores optaram por fazer com que Aranhaverso não fosse mais uma animação produzida com computadores e softwares poderosos que primam por detalhes dos personagens e cenários, mas que deixam as expressões dos personagens semelhantes.
Peter Ramsey disse que normalmente os filmes feitos por computação gráfica são feitos de maneira que simulações de cabelo, chuva, tecidos, vento, etc, são feitos de forma automatizada, com a intenção de acelerar o processo, explica o diretor.
Rodney Rothman conta que a equipe da Sony Pictures Imageworks, responsável pelos efeitos visuais e animação do longa, inicialmente ficou receosa em aplicar recursos de animação fora dos padrões estabelecidos. Chegando até mesmo a dizer para o trio de diretores que eles não ficariam felizes com os resultados obtidos, como lembra Bob Persichetti.
O resultado de todo este cuidado em incluir técnicas de animação e efeitos visuais pouco usados hoje em dia com as mais modernas abordagens, mostrou-se bem eficiente no resultado final.
O filme tem imagens deslumbrantes e efeitos visuais idem, e o mais legal é que nada é feito de forma gratuita na produção, ou seja, a forma não se sobrepõe ao conteúdo.
A trama
O filme acompanha as aventuras do adolescente Miles Morales, personagem do universo "Ultimate" da Marvel Comics, este universo retrata os heróis da editora americana de forma mais adulta e por vezes mais sombria.
Mas isto não tem muita importância para quem não está familiarizado com os quadrinhos, pois a trama é contada de forma que não se necessite de certos conhecimentos prévios da mitologia do herói.
O adolescente afro-americano Miles Morales tem uma vida comum, sendo até bem popular e querido em sua escola e na sua vizinhança.
Mas sua vida muda de rumo quando seu pai, um policial linha dura, porém, bem-humorado, faz com que o filho vá para uma escola de elite. Neste ambiente, Morales se sente um peixe fora d'água, o que faz com que seu relacionamento com o pai se torne mais complicado.
A relação conflituosa entre pai e filho é um dos temas abordados pela trama. Aaron Davis é o tio do protagonista e tem presença marcante na vida dele, mas há algo que Morales não sabe sobre seu tio e está revelação irá ser marcante em sua vida.
Neste universo em que o filme se passa existe até mesmo um Peter Parker/Homem-Aranha bem parecido com o que o público está acostumado a ver, e é justamente quando Morales e Parker se encontram que o aspirante a herói toma conhecimento da existência de outros universos e outros heróis que foram picados por uma aranha radioativa.
Um Peter Parker de outra dimensão se torna grande amigo de Miles e curiosamente será este Parker fora de forma, desiludido com a vida de super-herói, que será seu principal mentor.
O filme faz várias referências a fases clássicas do herói aracnídeo que irão fazer a alegria dos fãs do Homem-Aranha. E a famigerada cena pós-créditos faz valer a pena esperar tanto tempo depois do final do filme. Apesar de curta, a cena é hilária e mostra uma versão do herói que não tinha sido mostrada no filme até então, e pode ser uma indicação que ele estará no próximo filme.