Na madrugada desta terça-feira (8), o escritor Reinaldo Polito liberou em sua coluna no portal UOL uma análise sobre a atitude entre as figuras do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o magistrado do STF Gilmar Mendes, especialmente as de Moro.

Considerando a oposição das personalidades no cenário atual, Polito louvou a atitude de Moro dada às críticas feitas a sua pessoa por parte de Gilmar Mendes. Logo no início de seu post, Reinaldo abriu aspas para Eleanor Roosevelt , ex-primeira dama dos Estados Unidos: "faça o que você sente que está certo em seu coração, pois você será criticado de qualquer maneira.

Você será condenado quer faça ou não".

"Não é de hoje [...]", apontou o escritor, referindo-se aos ataques de Gilmar Mendes a Sergio Moro, ressaltando que Mendes já alfinetava Moro desde quando este era juiz em Curitiba, compreensível, já que quando o atual ministro da Justiça e Segurança Pública estava responsável pela 13ª Vara Federal na capital Paranaense, Mendes não perdia a oportunidade de soltar críticas ao então juiz, quanto às prisões temporárias realizadas pelo mesmo.

Paciência

Dada as circunstâncias divergentes entre as duas figuras, Polito destacou a "paciência de Jó" de Moro. Não obstante, o escritor relembrou atritos entre os dois (no âmbito da magistratura). Na época, Sergio Moro baseou-se em números, o que neutralizou as acusações de Mendes.

O escritor também pontuou o embate de 2017 como o auge do debate entre os dois. O então juiz de Curitiba contrabalanceou o número de investigados e o número de presos, sob a argumentação de que o número de presos não era tão grande.

Polito também observou que de lá pra cá os ataques a Moro não pararam e que havia sempre uma chance de "cutucada", o que ficou mais nítido no dia 2 deste mês de outubro, quando Mendes fez duras críticas ao ministro da Justiça.

Desta vez, Gilmar se baseou nas mensagens hackeadas da Lava Jato, bem como nas demais acusações. Em sua oratória, Mendes disse que a prisão provisória era utilizada como "elemento de tortura", não poupando um ataque direto a Moro, insinuando que o ministro da Justiça defenda a tortura, o que na análise de Polito foi uma campanha ostensiva para impedir a chegada de Moro ao STF.

Mendes pareceu não se importar em medir suas palavras, já que alegou tortura por parte do trâmite da investigação, o desrespeito, segundo ele, aos processos penais, a perseguição de ministros e articulação de projetos políticos.

A atitude de Sergio Moro

A despeito das farpas de Gilmar Mendes, o escritor também ponderou ter acompanhado a reação de Moro após as críticas, observando não ter havido uma rebelião ou revide por parte do mesmo, o qual afirmou estar limitado ao cumprimento da lei e o combate às organizações criminosas e à Corrupção.

No que diz respeito às atitudes de Gilmar Mendes e Sergio Moro, Polito expôs a tese de Emilio Mira y López, renomado psicólogo, pontuando as emoções antagônicas como instrumento para regular as emoções humanas.