Dias Toffoli, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), fez elogios à atuação da imprensa nesta quarta-feira (18). Isto ocorreu em uma entrevista coletiva feita junto com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). A declaração de Toffoli se deu depois da reunião com o chefe do Executivo e outros integrantes da Justiça e do Ministério Público no Palácio do Planalto.
Caminhos opostos
Diferentemente do ministro Dias Toffoli, que afirmou que a imprensa tem se portado de maneira impecável em divulgar informações que ajudam na prevenção do coronavírus, o presidente da República atacou novamente a jornalista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S.
Paulo, chamando-a de “mentirosa”.
A colunista publicou em suas redes sociais nesta terça-feira (17), mensagem que afirmava que Jair Bolsonaro, com a crise do coronavírus, deveria desconvocar manifestações que estavam sendo comunicadas pelo WhatsApp para o próximo 31 de março –aniversário do golpe militar de 1964– em frente a quartéis.
Em sua fala, Bolsonaro ainda afirmou que a jornalista está divulgando fake news e ainda sugeriu que Vera Magalhães fosse convocada para a CPI das Fake News. O Estado de S. Paulo divulgou nota repudiando as declarações de Bolsonaro. A nota afirmava que o presidente não observou os fatos e que a jornalista não publicou nem em sua coluna, nem no site BR Político e nem mesmo em suas próprias redes sociais que o presidente iria fazer um movimento no dia 31 de março.
Três Poderes
A intenção de Bolsonaro era promover um encontro com os representantes dos Três Poderes. As movimentações do presidente para poder promover este encontro começaram na noite de terça-feira (17), mas apenas compareceu ao encontro o presidente do STF.
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, deu positivo no teste para o novo coronavírus, nesta quarta-feira, segundo informou sua assessoria.
Enquanto Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente da Câmara, alegou que estava com a agenda lotada e que não iria ao Palácio do Planalto apenas para posar para uma foto, sem ter uma pauta definida, disse Maia.
Além de Dias Toffoli, estavam presentes no encontro com o presidente: Augusto Aras, o procurador-geral da República; André Mendonça, o advogado-geral da União; José Múcio, o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) e Jorge Oliveira, o ministro da Secretaria Geral.
'A culpa é da imprensa'
Na coletiva desta quarta-feira, o presidente voltou a reclamar da imprensa. Desta vez, na Opinião de Bolsonaro, a imprensa agiu como se ele tivesse convocado os protestos ocorridos no último domingo (15), que tiveram como mote ataques contra o Congresso e o STF. O presidente também compartilhou vídeos em que incentivava a população a participar das manifestações.
Após ter sido aconselhado por aliados, na quinta-feira (12), Bolsonaro fez um pronunciamento de TV em que pediu para as pessoas não participarem dos atos por causa do coronavírus. Porém, alguns movimentos foram mantidos. Depois de receber várias críticas por seu apoio às manifestações, Bolsonaro afirmou que elas foram espontâneas, e alegou que não estava infectado pelo coronavírus, por essa razão, não arriscou a vida de ninguém. Após de ter mudado seu discurso sobre a pandemia, Bolsonaro voltou a alegar que não é aconselhável ter “histeria”. Ele também já se referiu à repercussão da doença como “fantasia”.