Há pouco tempo a Netflix estreou em seu catálogo o filme “Troco em Dobro” protagonizado pelo astro de filmes de ação de Hollywood Mark Whalberg e que tem como co-protagonista o ator Winston Duke. A produção aborda o estilo de filme conhecido como “buddy cops” que fez muito sucesso nas décadas de 1980 e 1990.
Neste tipo de filme, é apresentada uma dupla de policiais com temperamentos totalmente distintos que se encontram em uma situação em que são forçados a trabalhar juntos. Nem sempre as duplas são formadas por dois policiais. Como na franquia “48 Horas” com Nick Nolte e Eddie Murphy, em que o primeiro era um policial e o segundo um presidiário, e no próprio “Troco em Dobro” em que o personagem de Whalberg é um policial expulso da corporação e ex-presidiário enquanto Duke vive um aspirante a lutador de MMA.
A Netflix revisita o estilo com o novo "Coffee & Kareem", dirigido por Michael Dowse, o filme é protagonizado por Ed Helms que dá vida a James Coffee; Terrence Little Gardenhigh interpreta Kareem, o companheiro de aventuras de Coffee; Taraji P. Henson interpreta Vanessa, a mãe de Kareem.
A trama
Frank Coffee (Helms) é um homem branco que é um policial atrapalhado que é motivo de chacota entre seus colegas de profissão, ele namora a enfermeira Vanessa (Hanson), uma mulher negra que é mãe solteira e vive com seu filho Kareem (Gardenhigh). A etnia destes personagens funciona como mote para algumas situações que são vistas na produção e até são feitas boas piadas com o tema.
Coffee e Vanessa namoram escondidos de Kareem, pois este não reage bem ao fato de sua mãe ter um namorado que para piorar a situação, na cabeça de Kareem, é policial e branco.
Por sua vez, o personagem de Ed Helms não demonstra muito interesse em ter um bom relacionamento com o filho de Vanessa e este por sua vez, acaba colocando o policial em uma situação que irá colocar a vida destes três em risco.
Coffee
A produção parece não se preocupar nem um pouco em fazer com que o público se conecte com o protagonista, o policial até tem um motivo para ser um policial um tanto quanto incompetente, o espectador somente descobre isso por causa da detetive Watts (Betty Gilpin), mas o roteiro de Shane Mack falha ao não explorar este drama do personagem que poderia fazer com que ele fosse mais verossímil.
Kareem
O ator mirim Terrence Little Gardenhigh é talvez o maior destaque desta produção, principalmente no primeiro ato, mas o trabalho de Gardenhigh é comprometido nos dos atos seguintes com uma série de situações exageradas e sem sentido.
Vanessa
Mesmo que não faça parte do time de grandes estrelas de Hollywood, a bela atriz Taraji P.
Henson é um rosto conhecido em produções cinematográficas e principalmente em séries, a atriz embarcou em mais um projeto que não está a altura de seu talento.
Homenagem
A produção deixa bem clara quais são suas fontes de inspiração, os filmes de ação com situações exageradas das décadas de 1980 e a seguinte. Mas o que era para ser uma espécie de homenagem, acaba se tornando algo patético e sem graça, para quem é fã destes tipo de filme, irá reconhecer dois momentos na produção em que são reproduzidas cenas clássicas dos filmes “Duro de Matar” 1988 e “Caçadores de Emoção” 1991.
Conclusão
O filme de Michael Dowse tenta criar algo novo em torno de um clichê quando une um policial com um garoto de 12 anos, esta dupla inverossímil até estava convencendo quando no final do primeiro ato a produção pôs tudo a perder e o filme não conseguiu se recuperar mais.