O jornalista Josias de Souza, em sua coluna no portal UOL, fez uma análise das declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na manifestação antidemocrática ocorrida no último domingo (19). O líder do poder Executivo deu declarações em que afirmava que a patifaria havia terminado, que nada iria ser negociado e ainda ressuscitou seu velho bordão “chega de velha política”.
O mandatário depois disso ele foi filmado em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais em que aparecia assistindo a uma entrevista em que Roberto Jefferson acusa o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) de conspirar contra o presidente da República.
Teoria da conspiração
Roberto Jefferson é o pivô do escândalo do mensalão. Posou de delator, mas acabou sendo condenado a sete anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Para o colunista, Bolsonaro ao aproximar-se se de um personagem tão sem respeito para dar base à sua frágil teoria conspiratória, de que há em curso uma conspiração entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal para derrubá-lo, afirma a fragilidade de sua teoria.
Velha política
Josias de Souza aponta a contradição do discurso de Bolsonaro que diz rejeitar a velha política, o que seria a nova política do homem que afirma que não tem medo de usar a caneta é uma atividade como parlamentar de quase três décadas que inclui aliança como o MDB, que ocupa cargos de liderança na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e no Governo.
A suposta aversão de Bolsonaro à patifaria conta com o convívio do presidente com seu amigo de longa data com o ex-policial militar Fabrício Queiroz, que possui conhecidos vínculos com a milícia.
Além de incluir a relação com seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que está respondendo a inquérito por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, Flávio Bolsonaro recorreu à Justiça nove vezes para as investigações contra ele sejam arquivadas e não obteve sucesso na tentativa de barrar as investigações.
Para o jornalista Josias de Souza, em sua campanha para presidente em 2018, Jair Bolsonaro desrespeitou a política, ele se vendeu como um candidato antissistema. Negociou cargos de liderança com o MDB, mantém em seu ministério ministros investigados e até mesmo condenados e ainda diz que se tratou de perseguição contra seu filho “zero um”, Flávio Bolsonaro, uma investigação que chega na primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
O colunista do portal UOL termina sua análise afirmando que um presidente com este histórico não necessita de uma conspiração contra seu governo, pois o próprio presidente é o seu maior conspirador.