Chegou ao catálogo da Netflix na última sexta-feira (17) mais uma produção francesa, “A Terra e o Sangue”. O filme tem no elenco: Sami Bouajila, Sofia Lesaffre, Samy Seghir, e Eriq Ebouaney. A direção é de Julien Leclerq, conhecido na França por se dedicar às produções do gênero ação, como os filmes “O Resgate” e “O Informante”.

A trama

O protagonista Saïd (Sami Bouajila) descobre que tem carcinoma broncogênico, com a iminente aproximação da morte prematura, Saïd resolve vender sua serraria para deixar um futuro garantido para sua filha surda Sarah (Sofia Lesaffre).

O filme se inicia com um assalto a uma delegacia de polícia, em que uma gangue rouba drogas da delegacia. Um dos criminosos é o meio-irmão de Yanis (Samy Seghir), que é empregado de Saïd. Yanis é convencido por seu meio-irmão a trocar de carro, e Yanis acaba levando o carro com a droga ilícita para a serraria de Saïd.

Saïd descobre que há algo de suspeito no automóvel de seu empregado e encontra a droga. No entanto, o verdadeiro dono da droga é um chefe do crime chamado Adama (Eriq Ebouaney), o meio-irmão de Yanis havia roubado o chefe da quadrilha, o homem então invade a serraria para recuperar sua mercadoria. A partir de então, Saïd, Yanis e Sarah, lutam para escapar da gangue de Adama. Yanis e Sarah fogem pela floresta, mas acabam sendo seguidos, enquanto Saïd fica na serraria para tentar deter os bandidos.

Suspense fast-food

É sempre agradável ver um filme enxuto, que consegue acertar o tempo correto de terminar sem recorrer ao uso de tramas e situações que não acrescentam em nada à produção. Porém o caminho inverso também pode ser uma armadilha, ou seja, quando um filme não tem tempo suficiente de desenvolver sua trama e os personagens.

É o que ocorre com “A Terra e o Sangue” que tem apenas 1h20 de duração. O diretor não conseguiu fazer com que os dramas dos personagens fossem explorados a ponto de fazer com que o público se conectasse com eles. Apesar de não serem vistas grandes interpretações, os atores não são o problema no filme, destaque para Eriq Ebouaney que convence como o terrível vilão.

Assim como Sami Bouajila que mesmo não sendo brilhante, consegue passar a carga dramática que seu personagem precisa.

Exército de um homem só

O duelo entre Saïd, que enfrenta sozinho Adama e seus homens, não chega ser algo exagerado, pois é fácil aceitar como a situação acontece, ele está em um ambiente que conhece há décadas, enquanto os criminosos não conhecem aquela área. Mas de qualquer maneira, o filme peca por uma construção de personagens pobre, em que pouco se sabe da vida de Saïd e como ele consegue se virar tão bem diante de uma situação como aquela.

Casal?

O filme também não deixa claro qual é exatamente a relação entre Yanis e Sarah, é sugerido que Yanis tem um interesse romântico em relação a Sarah, mas não fica claro se eles já tiveram alguma coisa ou não.

Mesmo que o filme consiga prender o espectador, com sua história de luta pela sobrevivência e vingança, “A Terra e o Sangue” peca pela pressa em contar uma história. E para fechar com chave de ouro a narrativa apressada da trama, o filme termina abruptamente depois de passado o perigo.