O Governo federal publicou no último dia 18 de maio, no Diário Oficial da União, uma portaria que modifica o programa Bolsa Família durante o período de pagamento do auxílio emergencial no contexto de pandemia do coronavírus. Durante essa fase de depósito do dinheiro adicional, ficam suspensos temporariamente os efeitos de alterações nos dados cadastrais das famílias beneficiadas pelo programa. Também foram suspensas as ações de administração de benefícios do programa pelos municípios.

O Ministério da Cidadania, que administra o Bolsa Família, justificou a medida com o intuito de reduzir a aglomeração de pessoas e o maior risco de contágio da doença nos postos de atendimento presenciais --tanto para os beneficiários do programa como para os funcionários que trabalham nesses locais.

Bolsa Família e Cadastro Único

Segundo o governo, assim como o Bolsa Família, as operações do Cadastro Único --que inclui informações de outros programas sociais-- também estão sendo prejudicadas porque alguns postos de atendimentos estão fechados e outros estão servindo de base para atendimento exclusivo de pessoas infectadas com o coronavírus. Alguns desses atendimentos poderiam ser feitos em escolas, mas elas também estão fechadas.

O governo não definiu nenhuma data específica para o final dessa suspensão de atendimentos, mas fica subentendido que irá durar enquanto houver o pagamento do auxílio emergencial e o risco de contaminação da pandemia.

Governo fiscaliza possíveis fraudes

Controladoria Geral da União (CGU) afirmou ter encontrado indícios de fraudes em 160 mil cadastros do auxílio emergencial.

Segundo o ministro Wagner Rosário, são pessoas que possuem carros com valor superior a R$ 60 mil, embarcações e até domicílio fiscal no exterior. Foram identificados ainda, segundo o CGU, 74 mil sócios de empresas com empregados que receberam a ajuda do governo federal.