Acaba de chegar ao catálogo da Netflix mais uma trama de suspense, "Encontro Fatal" (Fatal Affair). O filme tem no elenco: Nia Long, Omar Epps, Stephen Bishop, KJ Smith, Aubrey Cleland, Maya Stojan, Carolyn Hennesy, Kate Orsini e Lyn Alicia Henderson.
A direção é de Peter Sullivan, que também é o responsável pelo roteiro ao lado de Rasheeda Garner. Sullivan também assina a produção do longa-metragem em parceria com a protagonista Nia Long, Barry barnholtz, Brian Nolan e Jeffrey Schenck.
A trama
Ellie (Nia Long) é uma advogada bem sucedida, que junto com seu marido Marcus (Stephen Bishop), um engenheiro igualmente bem-sucedido na carreira, decidem abandonar a agitação deu uma grande metrópole, San Francisco, para tentar recomeçar uma nova fase na vida do casal.
A casa na beira da praia parece ser o local ideal para o casal de meia-idade tentar um recomeço, pois Britanny (Aubrey Cleland), a filha deles, acaba de entrar para a faculdade.
No primeiro ato a produção mostra que Ellie, apesar de ter conseguido sucesso na carreira, amar seu marido e ter uma filha de que se orgulha, na verdade, é uma mulher que está meio entediada com a vida que está levando. Isto faz com que ela tenha um breve encontro mais íntimo com um amigo da época da faculdade, David (Omar Epps) que ela não via há vinte anos.
Apesar de o primeiro ato ser todo dedicado aos dramas da protagonista, o filme não é bem-sucedido em explorar a relação entre Ellie e Marcus. O público fica somente com a visão da protagonista sobre o casamento deles, e ao longo do filme, o espectador fica sabendo que no passado eles tiveram problemas conjugais, mas a impressão que se tem é que somente ela ainda tinha questões mal resolvidas.
Outra situação mal explorada no filme foi o acidente que Marcus sofreu. Parecia que iria se falar mais sobre o assunto, mas quando finalmente o público descobre o que causou a cicatriz do personagem que o filme mostra insistentemente, pode-se chegar à conclusão de que este arco não acrescentou nada à trama.
Sinceridade
Dificilmente alguém poderá dizer que foi enganado pelo filme de Peter Sullivan.
Seu trailer e sua sinopse dizem exatamente para o público o que esperar da produção de 1h29, que mesmo com pouco tempo, parece durar bem mais, devido ao seu ritmo arrastado. Não se pode dizer que o filme seria apropriado para a "Sessão da Tarde", da Rede Globo, pois o longa mostra algumas cenas um pouco mais quentes, mas nem mesmo estas poucas cenas são empolgantes.
Peter Sullivan
Este é um nome para ser guardado pelos assinantes da Netflix. O diretor de "Encontro Fatal" é o mesmo de "Obsessão Secreta" (2019), ambos contam uma trama sem pé nem cabeça, com roteiros nada criativos. Somente para ficar em poucos exemplos do quanto este novo filme da Netflix subestima a inteligência do espectador, o vilão vivido por Omar Epps é um hacker que trabalha para grandes empresas, e é ridículo como protagonista consegue adivinhar a senha do laptop do vilão. Assim como a namorada de David tem acesso fácil ao seu smartphone e consegue provas contra ele.
Durante todo o filme o diretor mostra para o público um objeto que será relevante para o desfecho da trama. Mas para a surpresa de todos aqueles que conseguiram resistir a um filme arrastado e sem praticamente nenhuma emoção mais forte, irá se se surpreender como o clímax do filme se revela sem sentido e decepcionante.
Na imensa maioria dos casos, seja um filme, série, livro, a intenção da trama é mostrar seu(s) protagonista(s) passando por uma grande provação, um evento que após seu desfecho irá fazer com que aquelas pessoas nunca mais sejam as mesmas, para o bem ou para o mal.
Se o ponto alto de “Encontro Fatal” já foi decepcionante, o filme termina com um epílogo totalmente desnecessário que mostra os sobreviventes daquela tragédia se comportando como se tivessem passado por apenas um período de férias na praia.