Depois de um longo período sem estreias de filmes e séries com nomes de peso envolvidos no projeto - obviamente por causa da pandemia do novo coronavírus - , a Netflix estreou na sexta-feira (10) o longa-metragem “The Old Guard”, protagonizado pela atriz Charlize Theron, que também é produtora da obra.

A produção de 2h05 é dirigida pela pouco conhecida Gina Prince-Bythewood. O elenco principal conta também com Kki Layne, Matthias Schoenaerts, Marwan Kenzari, Luca Marinelli, Chiwetel Ejiofor, Harry Melling e Ngô Thanh Vân. “The Old Guard” é inspirado na HQ homônima do autor de quadrinhos Greg Rucka.

O próprio escritor é o responsável pelo roteiro e produção do longa.

A trama

Andy (Charlize Theron) comanda um grupo de guerreiros imortais formado por Sebastian (Matthias Schoenaerts), Joe (Marwan Kenzari) e Nick (Luca Marinelli). O quarteto tem travado lutas para ajudar as pessoas ao longo dos séculos.

Agora, ao mesmo tempo em que têm que se proteger de uma poderosa organização que quer roubar seus poderes para lucrar com a fabricação de remédios, eles vão treinar a jovem Nile (Kiki Layne), que acaba de descobrir que é uma imortal.

Greg Rucka

O roteirista do novo filme de ação da Netflix, que é inspirado na própria obra nos quadrinhos do escritor, divulgou nota à imprensa dizendo que sua intenção foi realizar algo divertido e que o roteiro foi baseado em seu próprio processo de luto, pois ele havia perdido o pai.

Rucka explicou que sua intenção foi refletir sobre as desvantagens da imortalidade, o que significa realmente viver para sempre, como a noção de família afeta os personagens e como é viver para sempre sem ter a certeza de que um dia irão morrer, explicou o autor.

Embora esta visão do autor seja evidente no filme - principalmente na protagonista Andy, que perdeu a fé na humanidade além de carregar vários traumas e culpas por ter perdido alguém muito importante para ela – este é um dos problemas do filme, ou seja, a produção tenta, e falha, em misturar ação com reflexões mais densas.

Nem a talentosa Charlize Theron parece escapar da armadilha criada por um roteiro fraco e uma direção burocrática. Fica difícil saber o quanto o trabalho dos atores foi afetado pelo roteiro pouco imaginativo e a direção sem brilho do longa.

Cartilha

A produção reuniu vários elementos que prometiam render bons frutos. São eles alguns nomes de peso no elenco, como a já citada Charlize Theron e Chiwetel Ejiofor, além disso cenas de lutas coreografadas pela mesma equipe da saga “John Wick”; um elenco multirracial; um forte protagonismo das mulheres; além de locações em Marrakech, no Marrocos e em outras belas localidades do Reino Unido.

O filme de Gina Prince-Bythewood opta por fugir da diversão descompromissada da saga “John Wick” e ambiciona um resultado que mescla ação com drama, mas ao escolher a segunda opção, a produção falha fragorosamente. Agora resta esperar para saber qual será a receptividade dos assinantes da Netflix em relação ao filme, pois a produção em seu epílogo deixou um caminho aberto para uma possível continuação.