Dando continuidade ao projeto intitulado "Coletânea do Terror", a Amazon Prime Video lançou nesta terça-feira (13) o filme "Nocturne".

Junto com "Mau-Olhado", a produção faz parte da segunda leva de filmes da parceria entre a plataforma de streaming e a produtora Blumhouse, famosa por seus filmes com temáticas sombrias.

A trama

O longa-metragem é a estreia da diretora Zu Quirke, que também escreveu a história. A protagonista da trama é Sydney Sweeney, que interpreta Juliet, uma adolescente que tem uma irmã gêmea chamada Vivian (Madison Iseman).

Ambas tocam piano desde a infância, mas Vivian consegue se destacar no instrumento, enquanto Juliet vive à sombra da irmã.

Além de aparentar ser menos talentosa que a irmã, Juliet é uma adolescente com problemas de ansiedade, tímida e que não tem uma vida social satisfatória, justamente o oposto da extrovertida Vivian.

Embora Juliet se sinta eclipsada por Vivian, esta sempre está pronta para apoiar a irmã. As duas estudam em uma rigorosa escola de música.

Quando uma brilhante aluna tira a própria vida, a protagonista acaba descobrindo que adolescente que se matou deixou um caderno de partituras com mensagens codificadas.

Juliet então percebe que as mensagens enigmáticas estão prevendo o seu futuro, assim como havia feito com a dona anterior do caderno.

De garota tímida e insegura, Juliet passa a se tornar mais segura de si e até mesmo arrogante, esta mudança irá alterar de maneira irreversível seu relacionamento com Vivian.

As duas então passarão a competir uma contra a outra.

O filme da Amazon irá fazer o espectador lembrar do sensacional "Cisne Negro" (2010), mas no lugar do ballet, a produção de 2020 traz o piano e a música clássica.

Assim como a produção dirigida por Darren Aronofisky, "Nocturne" mostra uma protagonista que aparenta estar perdendo a sanidade.

A atriz Sydney Sweeny, um dos destaques da polêmica série da HBO "Euphoria", é o grande destaque de "Nocturne".

O longa-metragem de 1h30 também se assemelha com o filme protagonizado por Natalie Portman por conta de sequências que entregam muito simbolismo, mas que agora sugerem elementos sobrenaturais.

Outro filme que o espectador pode achar pontos de conexão com o filme da Amazon é "Wiplash: Em Busca da Perfeição".

O filme de Zu Quirke também mostra professores exigentes que extrapolam os limites e abusam dos alunos, mas na produção da Amazon, esta temática é timidamente citada.

Quirke prefere conduzir sua trama de maneira a deixar de lado boas reflexões e se concentrar em uma possível jornada da protagonista às profundezas da loucura, ou quem sabe às profundezas do inferno.

Mas esta indefinição de rumo acabou enfraquecendo a trama, para piorar a situação, o final enigmático levanta novamente questões metafísicas e também questões antropológicas, que até haviam sido discutidas no início da trama, mas que foram abandonadas rapidamente.

A diretora estreante enveredou seu longa de estreia no mundo musical. Tomara que ela tenha aprendido uma máxima no mundo da música que diz que "menos é mais".