Chegou ao catálogo da Netflix o filme "O Céu da Meia-Noite" (Midnight Sun). A produção é baseada no livro "Good Morning, Midnight", da autora Lily Brooks-Dalton, a mesma que escreveu o livro "O Regresso", que também ganhou uma adaptação para o áudiovisual.
A produção que mistura ficção científica com drama é protagonizada pelo astro George Clooney, que também dirigiu o filme.
Além de Clooney, o elenco conta ainda com: Felicity Jones; David Oyelowo; Tiffany Boone; Demián Bichir; Kyle Chandler e a atriz-mirim que faz sua estreia Caoilinn Springall.
A trama
Em 2049 o planeta Terra está sofrendo com as consequências de uma catástrofe ambiental que deixou o planeta inabitável.
A trama então acompanha o cientista Augustine (Clooney), que vive sozinho no Ártico. O protagonista tenta a todo custo avisar aos tripulantes da nave espacial Aether (que talvez sejam os únicos sobreviventes do planeta) do perigo que é voltar para casa.
O filme se divide então nestes dois ambientes, enquanto na Terra o amargurado Augustine enfrenta diversos desafios para avisar a Aether dos perigos que eles enfrentarão na Terra, caso retornem, o cientista além de enfrentar o frio do Ártico, animais selvagens entre outros desafios, também terá que cuidar da menina Iris (Springall).
Perdidos no espaço
Os tripulantes da Aether, por sua vez, enfrentarão situações complicadas, como não conseguirem se comunicar com o comando da missão, o que fará com que eles fiquem à deriva no espaço até que finalmente retomem o controle da situação, mas não sem pagar um alto preço.
George Clooney definiu seu filme como sendo uma mistura de "O Regresso" com "Gravidade".
O diretor tem razão em sua definição, pois seu mais novo trabalho lembra o clima frio e inóspito do filme protagonizado por Leonardo DiCaprio e também as belas imagens e o clima de solidão do filme com Sandra Bullock e que teve a participação do próprio Clooney.
Em "O Céu da Meia-Noite", o espectador recebe as informações para entender a trama aos poucos.
Não é revelado o que aconteceu exatamente para o planeta Terra ter chegado a uma situação tão desesperadora que fez com que fosse preciso buscar um novo lar para a humanidade.
O filme usa flashbacks que mostram um jovem Augustine, já obcecado com a ideia de desbravar novos mundos.
Estas informações irão ajudar o público a montar o quebra-cabeças da trama, o que é um mérito da produção, que convence ao não transformar o longa em uma espécie de filme catástrofe.
Os momentos mais contemplativos e emocionantes do filme acontecem na Terra com a interação entre Augustine e Iris.
Mas o núcleo da nave Aether também tem bons momentos ao mostrar uma tripulação em sintonia e também rende boas sequências, como a impactante cena em que uma tripulante sofre um acidente.
A gravidez real da atriz Felicity Jones deu um novo sentido à trama que inicialmente iria se tratar sobre ódio. O filme também ganhou um novo sentido com a pandemia do novo coronavírus ao falar da solidão que é imposta às pessoas por conta de tragédias.
Se o final de "O Céu da Meia-Noite" não é dos mais felizes, ao menos ele deixa uma mensagem de esperança em dias melhores.