Estreou nesta sexta-feira (19) na Netflix [VIDEO] o filme “Eu Me Importo” ("I Care a Lot"), produção dos Estados Unidos escrita e dirigida por J Blakeson, que tem no elenco Rosamund Pike, Eiza González e Peter Dinklage. O longa-metragem de 1h59 está sendo anunciado pela plataforma de streaming como uma comédia de humor ácido, mas o filme, apesar de mostrar muitos momentos de cinismo de muitos personagens, não irá fazer ninguém gargalhar ou simplesmente soltar uma simples risada. “Eu Me Importo” não tem força suficiente nem para fazer o público soltar um riso nervoso como pede algumas situações.

Do que se trata

Marla Grayson (Rosamund Pike) gerencia uma bem sucedida empresa de curadoria de incapacitados, sua empresa é especializada em trabalhar com idosos que não apresentam mais capacidade de cuidar deles mesmos, e não possuem familiares, sendo assim, o Estado contrata os serviços de Marla como guardiã legal para cuidar desse público. Mas a empresa na verdade participa de um esquema criminoso que engana seus clientes com a cumplicidade de médicos, casas de repousos e clínicas.

Os negócios da empresária vão muito bem até o dia em que ela resolve estender seus tentáculos para Jennifer Peterson (Diane Wiest), uma idosa saudável e independente que vive sozinha, Marla percebendo que a idosa é dona de uma pequena fortuna, alega que a Sra.

Peterson sofre de demência para poder gerenciar as finanças da idosa.

Porém o que ninguém sabe é que na verdade a senhora é mãe de um poderoso chefe da máfia russa vivido por Peter Dinklage. Marla até tem a chance de resolver a situação e ainda obter lucro, pois o mafioso vivido pelo Tyrion da série “Game of Thrones” lhe oferece um acordo para que a empresária tire Jennifer Peterson de uma casa de repouso, mas a mulher extremamente gananciosa tenta pedir uma quantia bem superior do que a que lhe foi oferecida primeiramente, e então irá começar a disputa entre a empresária e o mafioso pela idosa.

Influências

O cineasta J Blakeson em “Eu Me Importo” bebe na fonte de diretores como os irmãos Ethan e Joel Coen. Além disso, pode ser visto semelhanças com a obra do diretor Guy Ritchie, mas em nenhum o momento o novo thriller da Netflix chega perto de obras dos cineastas citados. Blakeson conduz o filme com certa habilidade na mistura de elementos como humor ácido com cenas de violência, mas isto dura somente na primeira metade do filme, do meio do segundo ato em diante o filme se perde totalmente.

Rosamund Pike

A atriz por sua atuação ganhou uma indicação ao Globo de Ouro, ainda que Pike realmente esteja convincente no papel, talvez isso seja algo exagerado. Fica difícil imaginar que o filme não faz uma brincadeira com o clássico enquadramento da atriz que começa e encerra o filme “Garota Exemplar” (2014).

Pode se achar conexão com a personagem do filme de David Fincher com a personagem de agora, ambas são implacáveis, cruéis e determinadas a irem até as últimas consequências para atingirem seus objetivos. Porém enquanto a mulher do filme de 2014 aparentava ter tendências sociopatas, Marla faz tudo por sua namorada Fran (Eiza González), o que mostra que a personagem tem empatia por algumas pessoas.

Peter Dinklage

Depois de ficar famoso mundialmente pela série da HBO, “Game of Thrones”, esperava-se que o ator tivesse papéis em produções mais relevantes, isso quase nunca acontece, Dinklage mais uma vez mostra seu carisma em uma produção menor.

Como dito anteriormente, o filme desce ladeira abaixo da sua metade em diante, a história de J Blakeson escolhe um caminho totalmente inverossímil, até mesmo para este tipo de trama. A história tem uma protagonista tão inescrupulosa quanto o vilão da trama e isto nem é problema, mas parece que o diretor ficou na dúvida de como encerrar sua trama, e decidiu no final mandar uma mensagem de que o crime não compensa, porém está mensagem parece ter ficado meio dúbia no final das contas.