Estreou na Netflix na última sexta-feira (12) o filme “O Recepcionista” (The Night Clerk). O longa-metragem foi escrito e dirigido por Michael Cristofer e tem no elenco atores conhecidos como Tye Sheridan, Ana de Armas, Helen Hunt e John Leguizamo.

A trama

O filme narra a história de Bart (Sheridan), um jovem de 23 anos com Síndrome de Asperger. O protagonista mora com sua mãe, personagem de Helen Hunt, e trabalha como recepcionista em um hotel no período da noite. Secretamente, ele coloca câmeras nos quartos do hotel para assistir como as pessoas se comunicam, e com as gravações dos hóspedes, o jovem tenta aprender com as outras pessoas como melhorar suas próprias habilidades sociais.

Em determinado momento ele está em casa assistindo a uma das hóspedes do hotel quando entra no quarto um homem, conhecido da hóspede, mas que o filme não mostra de quem se trata. O casal discute e o homem misterioso começa a agredir a mulher. Bart então corre para o hotel para tentar salvá-la, mas a mulher acaba sendo alvo de um tiro e Bart, que nesse momento é encontrado ao lado do corpo da hóspede, é considerado suspeito do assassinato.

Contando com a simpatia do dono do hotel, Bart é transferido para outra filial e lá ele conhece a hóspede Andrea Rivera (Ana de Armas) por quem se apaixona. Andrea parece demonstrar sentimentos por Bart, mas a personagem na verdade é uma mulher misteriosa que esconde alguns segredos.

Hitchock

Muitas pessoas podem pensar de imediato em “Janela Indiscreta” (Rear Window), filme de 1954 do mestre do suspense Alfred Hitchock. Mas o que o diretor e roteirista Michael Cristofer, que é mais conhecido como ator, conseguiu foi fazer um filme constrangedor que em momento nenhum é capaz de causar emoções mais fortes no espectador.

Cristofer ainda tentou criar algo diferente ao ter como protagonista um jovem com Síndrome de Asperger, e só piorou a situação ao tratar de um tema delicado ao falar de uma pessoa com o espectro autista.

Ainda que o ator Tye Sheridan tenha feito um bom trabalho, não deixa de parecer que sua atuação é um pouco caricata. Para piorar a situação o roteiro, algo meio absurdo, faz o personagem não ser visto exatamente como um rapaz inocente, pois ele toma atitudes condenáveis.

Ainda que, sua intenção de observar as pessoas seja somente para aprender com elas como se comunicar, é estranho que o filme mostre que ele faz isso somente com belas mulheres, e chega até mesmo a se apaixonar por uma delas. Se a intenção do longa era não passar a ideia de que ele é um voyer, o roteiro falhou miseravelmente.

A produção conta com um elenco de nomes conhecidos, e por essa razão deverá chamar a atenção de muitas pessoas, mas nem a presença de Ana de Armas, uma das jovens atrizes mais comentadas atualmente, nem ver novamente a sumida Helen Hunt, que é subaproveitada na trama e tampouco a presença de John Leguizamo, que interpreta um insosso detetive faz valer a pena assistir à produção de 1h30.