O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou no sábado (15) em Brasília que "sem voto auditável" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá vencer as eleições presidenciais do próximo ano por meio de fraude. Uma vez mais Bolsonaro esteve presente em um evento com aglomeração, não estava usando máscara e, novamente, criticou as medidas de isolamento social para o enfrentamento da pandemia do coronavírus. As informações são do site UOL.

Voto auditável

Bolsonaro discursou em defesa do voto impresso para a próxima eleição presidencial em 2022, o mandatário ao se dirigir à multidão ofendeu por diversas vezes seu principal adversário político para as próximas eleições, o ex-presidente Lula.

Em mais uma oportunidade, Bolsonaro defendeu a narrativa de que as urnas eletrônicas usadas nas eleições serão fraudadas e que se não houver o voto impresso, isso permitirá que Lula ganhe as eleições de maneira fraudulenta.

Bolsonaro desde que venceu as eleições em 2018 está afirmando que as eleições precisam ser auditadas e que até mesmo na eleição que saiu vencedor houve fraude, porém o mandatário nunca apresentou nenhuma prova do que diz.

A narrativa do presidente é contestada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que afirma que o processo do voto eletrônico já é auditado. O tribunal declarou que a auditoria começou a ser realizada em todos os estados em 2002 e, desde então, nunca foram apontadas falhas que fossem capazes de alterar os resultados das eleições.

Aglomeração

Bolsonaro discursou em um carro de som para milhares de apoiadores que estavam aglomerados e uma boa parte do público não estava utilizando máscaras de proteção contra o coronavírus. O presidente chegou ao evento montado em um cavalo e estava acompanhado de alguns ministros.

Lula

A pesquisa de intenção de votos que foi divulgada pelo Datafolha na última semana apontou que Lula está na frente na corrida eleitoral para 2022.

Em um eventual segundo turno contra o Jair Bolsonaro, o ex-presidente petista tem 55% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem apenas 32%.

Carta branca

O carro de som em que Bolsonaro discursou faz parte de uma manifestação de apoio ao líder do Executivo, na Esplanada dos Ministérios, Brasília. No veículo, podia se ler a mensagem "Faça o que for preciso.

Eu autorizo, presidente". Curiosamente, o presidente da República, que não se importa em promover aglomerações, reclamou do número de pessoas que estava no carro de som, e disse que a metade dos que estavam ali teria que descer ou ele iria descer do carro de som, ameaçou Bolsonaro, que declarou que o local estava cheio de gente; “uma bagunça”, como ele mesmo definiu.

A queixa de Jair Bolsonaro provavelmente se deu apenas por causa do alto número de pessoas e não por respeito às medidas que são recomendadas pelo próprio Ministério da Saúde, como o uso de máscara, pois nem Bolsonaro nem os ministros que estavam com ele no carro de som estavam utilizando o equipamento de proteção.