Pelo visto, os deputados federais do PSL de São Paulo Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, e ainda o deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), acham que com salários de mais de R$ 33 mil não têm condições de pagar uma multa no valor de R$ 552,71. Os parlamentares apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fizeram uma campanha de financiamento coletivo pela internet para pagar as multas que receberam do Governo de São Paulo por não estarem usando máscara na motociata realizada no dia 22 de junho, um ato político do presidente Bolsonaro –o próprio mandatário também foi multado.

A vaquinha online chamada “Multa Solidária” não deixa claro quantas multas irão ser pagas com o que for arrecadado, porém, afirma que o que sobrar irá ser doado para entidades ou instituições sem fins lucrativos. "Nós vamos fazer dessa maldade um ato de bondade", declarou o filho 03 de Jair Bolsonaro no vídeo que divulga a vaquinha. No vídeo, não é mencionado para quais instituições o dinheiro que sobrar será enviado. Na descrição do vídeo no YouTube, Eduardo Bolsonaro pede sugestões para onde o dinheiro poderá ser enviado.

De acordo com a publicação, os três deputados irão depositar o valor de suas multas na campanha de arrecadação. Os parlamentares aproveitaram a oportunidade para fazerem ataques a João Doria (PSDB), governador de São Paulo.

Sucesso

O “se colar, colou” do trio de bolsonaristas foi bem-sucedido. Em apenas 24 horas no ar, a campanha já havia atingido a meta, que era no valor de R$ 50 mil e a seguir foi dobrada, ao melhor estilo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Até o início da tarde de segunda-feira (21) a campanha já havia arrecadado R$ 74 mil.

Os infratores

Além dos três deputados federais multados no ato político de Bolsonaro, também foram multados os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. No evento, o ocupante do Palácio da Alvorada mais uma vez fez declarações que negam o que diz a ciência. Bolsonaro defendeu o uso da cloroquina para tratar a Covid-19 –remédio comprovadamente ineficaz contra a doença– e criticou o uso de máscara.

Ainda no evento, o mandatário disse que propôs ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que fosse feito um estudo para que pudesse ser levantada a possibilidade de que o uso de máscara não fosse mais obrigatório para quem já tivesse contraído a Covid-19 ou que já tenha sido vacinado.