A revista inglesa The Economist publicou na última semana uma matéria na qual fala de uma assombrosa crise pela qual o Brasil está passando. O veículo de mídia já falou do Brasil em diversas outras ocasiões.

Em 2009, a revista estampou a capa "Brasil Takes Off", exaltando o alto crescimento econômico do país na época e o aquecimento da indústria interna devido ao incentivo de renda dado aos trabalhadores e também devido à entrada de grande capital em forma de investimento no setor econômico brasileiro. Entretanto, a partir de 2013 o crescimento brasileiro passou a ficar cada vez menos evidente e desacelerado, o que também foi alvo de críticas da revista inglesa.

Agora, a publicação estampou em sua última edição uma imagem do Cristo Redentor com uma máscara de oxigênio e um cilindro do gás próximo a ele. Isso fez alusão ao retrocesso econômico e social que os brasileiros vivem, o que culminou em uma grave crise econômica, aumento da desigualdade e desemprego. É impossível deixar de passar a referência ao momento de pandemia, que tem tirado a vida de centenas de milhares de brasileiros.

Matéria é alvo da Secom

A Secretaria de Comunicação do Governo federal possui um perfil no Twitter no qual divulga as ações do governo de Jair Bolsonaro. O perfil do órgão repercutiu a matéria da revista The Economist e criticou ponto a ponto o conteúdo da publicação estrangeira.

Dentre as reclamações feitas pela secretaria está uma suposta ameaça à vida do presidente Jair Bolsonaro. Isso ocorreu pois na tradução feita pelo jornal O Estado de S.Paulo foi utilizada a palavra "eliminá-lo", mas a matéria original diz "vote him out", que significa tirá-lo do poder pelo voto. O sentido da palavra "eliminá-lo" ficava claro no contexto do artigo, entretanto o órgão institucional levou a expressão ao pé da letra.

O governo de Jair Bolsonaro tem sido criticado no enfrentamento da pandemia da Covid-19. Já há indício de que Bolsonaro recusou ofertas de vacinas da fabricante Pfizer 53 vezes. Além disso, na CPI da Covid é investigada a existência de um gabinete paralelo que dava conselhos ao presidente de forma não oficial, dentre eles está a busca pela chamada imunidade de rebanho.

Tal estratégia consistiria em deixar o vírus se espalhar naturalmente na população para imunizá-la, o que foi alvo de uma coluna no jornal americano The News York Times, que acusou o político de querer matar milhões de brasileiros de forma proposital. Ademais, Bolsonaro também enfrentou protestos por todo o país no dia 29 de maio e, quando aceitou a realização da Copa América no Brasil em poucas horas, foi duramente criticado por jornalistas na TV aberta.