A jornalista Vanessa Barbara, que é colunista do The New York Times, publicou um texto bastante impactante no veículo, no qual afirma que o presidente do Brasil objetivava que o país alcançasse o marco de 1,4 milhão de mortes provocadas pelo novo Coronavírus.

Essa conclusão foi obtida ao considerar que Jair Bolsonaro queria utilizar a infecção em massa como forma de gerar imunidade para a população, sem considerar que tal estratégia poderia ocasionar em um alto número de mortos, sobretudo, segundo o texto, considerando uma taxa de mortalidade 1% para a doença.

Diversos depoentes da CPI da Pandemia foram interrogados sobre o uso, indicação e manobras para o incentivo ao uso da cloroquina como forma de tratamento para a Covid-19.

Os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich afirmaram, com receio, de que já tiveram contato com documentos que pediam a alteração da bula do medicamento. A bula passaria a indicar o uso da substância para os pacientes acometidos pela doença.

1,4 milhão de mortos

Segundo Vanessa, considerando que o percentual total da população que deveria ser contaminado para se atingir a imunidade de rebanho é 70%, e que o novo coronavírus provoca a morte de 1% do infectados, o total de mortos necessários para fechar a conta e dar um "fim" à pandemia seria de 1,4 milhão

A colunista ainda ressalta que, durante diversas ocasiões, Jair Bolsonaro menosprezou o lockdown, se contrapôs às medidas de restrição e isolamento social.

Além de defender o uso de medicamentos sem comprovação científica contra a Covid-19.

Ademais, a CPI da Pandemia já ouviu falas sobre a imunidade de rebanho. Durante seu depoimento, o ex-ministro da Saúde Nelson Teich foi questionado sobre o tema e respondeu com clareza que a imunidade de uma população é atingida apenas com vacinas e não uma disseminação proposital do vírus.

Especialistas afirmam que mesmo com uma taxa pequena de mortalidade, qualquer doença poderia provocar um alto número de mortes.

Gabinete paralelo

A CPI da Pandemia também ouviu esclarecimentos do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, ele disse que o presidente da República recebia aconselhamentos paralelos. Mandetta se mostrou contrários aos pensamentos de Jair Bolsonaro quanto a pandemia.

Bolsonaro em variadas ocasiões atacou governadores e prefeitos que implementaram medidas de restrição em suas regiões da administração pública.

Recentemente, o líder do poder Executivo Federal entrou com uma ação no STF para lutar contra a imposição dessas políticas públicas que visam frear o avanço da pandemia do novo coronavírus no país. Até esta sexta feira (28), o país acumula número de mortos que ultrapassa os 459 mil, e ainda está enfrentando impasses no projeto de imunização dos brasileiros através da produção e compra de vacinas