Na última terça-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) produziu mais um capítulo de sua cansativa narrativa de que as urnas eletrônicas são fraudadas. O amigo de Fabrício Queiroz há muito tempo tem feito acusações sem provas de que existem fraudes no processo eleitoral do Brasil.

Mudanças na trama

Algum crédito deve ser dado ao ocupante do Palácio da Alvorada. Talvez cansado de contar sempre a mesma história, Bolsonaro vem adicionando novos elementos à sua trama fantasiosa. Nas últimas vezes em que falou sobre o assunto –que convence apenas os apoiadores mais fanatizados do chefe do Executivo–, o presidente declarou que houve fraude não somente na eleição de 2018, na qual ele foi o vencedor contra Fernando Haddad (PT), mas também na eleição anterior, em que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi eleita para um segundo mandato ao vencer Aécio Neves (PSDB).

O próprio PSDB, na ocasião, pediu a recontagem dos votos e não foi constatada nenhuma fraude. Aécio recentemente se pronunciou sobre o assunto e negou que tenham ocorrido irregularidades na eleição de 2014.

Agora, Bolsonaro declarou que irá apresentar provas de que as urnas eletrônicas não são seguras. Jair Bolsonaro fez uma longa explanação em defesa do voto impresso e assegurou que vai apresentar as provas do que está dizendo.

Datafolha

O presidente afirmou que o instituto de pesquisa Datafolha teria afirmado em 2018 que ele não iria para o segundo turno e, caso fosse, iria perder para qualquer um dos outros candidatos. O Datafolha, na verdade, afirmou o favoritismo do então deputado federal Jair Bolsonaro.

O presidente alegou que somente ganhou a eleição em 2018 pela alta quantidade de votos que teve, pois, se fosse uma eleição “bigode a bigode”, não teria conseguido ganhar a disputa eleitoral.

Perguntado como irá conseguir provar que houve fraude nas urnas eletrônicas, o presidente Bolsonaro repetiu o que já havia declarado no começo do mês.

Ele afirmou que irá utilizar um “hacker do bem”. O presidente ainda disse que irá preparar uma apresentação com a duração de aproximadamente uma hora para mostrar as provas que diz ter. Ele também disse que o local da apresentação será na Presidência da República, e não no Palácio do Planalto. O chefe do Executivo disse que irá convidar a imprensa e que suas mídias sociais irão transmitir.

Barroso

Bolsonaro afirmou que o período de uma hora será o suficiente para mostrar que as urnas eletrônicas não são confiáveis, confrontando assim a tese do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que as urnas eletrônicas não podem ser fraudadas.