O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou no último sábado (24) que, caso ele perca o apoio da população, “acabou”. A declaração foi feita em frente ao Palácio da Alvorada, a residência oficial da presidência da República, enquanto o chefe do Executivo conversava com seus apoiadores. Mais cedo, o presidente da República fez um passeio de moto por regiões próximas à capital do Brasil.

Impeachment

Enquanto o presidente passeava de moto e trocava dois dedos de prosa com seus apoiadores, estavam ocorrendo em várias capitais do Brasil manifestações que pediam seu impeachment, esta foi mais uma rodada de manifestações contrárias ao atual Governo.

Segundo informações dos organizadores, foram mais de 400 atos, que ficaram conhecidos como 24JContraBolsonaro, em todos os estados do Brasil.

Covid-19

A preocupação do presidente é justificada, pois sobre sua cabeça estão pesando os altos índices de rejeição ao seu governo, principalmente por conta de sua gestão caótica da pandemia do novo coronavírus. A comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid aberta pelo Senado para investigar as ações e eventuais omissões do governo Bolsonaro na gestão da pandemia mostraram para a população que o governo federal também pode estar envolvido em vários esquemas de corrupção, com suspeitas de envolvimento do presidente da República. Como resultado da CPI da Covid, o presidente Bolsonaro tem visto sua popularidade cair.

A pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em conjunto com o Instituto MDA, divulgada no começo de julho, mostrou que a avaliação positiva do governo federal, quando o entrevistado afirma considerar a gestão ótima ou boa, passou dos 33% no mês de fevereiro do ano passado, para 27,7% de julho de 2021. Nunca antes na história deste governo a avaliação esteve tão ruim.

De acordo com os números apresentados pela última pesquisa do Instituto Datafolha, 51% dos entrevistados consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo, um acréscimo de 6% em relação à última pesquisa, no mês de maio. A pesquisa ainda mostrou que 59% da população não iriam votar no atual presidente da República, um aumento de 5 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, do mês de maio.

Crises e mais crises

Jair Bolsonaro não é conhecido por ter um temperamento conciliador, muito pelo contrário. Como se a pandemia não estivesse lhe trazendo várias dores de cabeça, o amigo de Fabrício Queiroz sempre consegue inventar novas crises para seu governo. Além das claras falhas no comando do país na maior crise sanitária do Brasil, Bolsonaro ainda se indispôs com autoridades do Judiciário e Legislativo por suas frequentes ameaças às eleições do próximo ano. Ameaças essas que o líder do Executivo voltou a fazer na conversa com apoiadores.

O presidente voltou a sair em defesa do voto impresso e voltou a ameaçar a realização da disputa eleitoral do ano que vem, caso a implementação da medida não seja aprovada "Não dá para termos eleições como está aí", disse o presidente. O mandatário disse que irá apresentar provas de irregularidades nas urnas eletrônicas na próxima quinta-feira (29).