A Netflix estreou a produção alemã "Céu Vermelho-Sangue" dirigida por Peter Thorwarth com roteiro do próprio diretor em parceria com Stefan Holtz.

Filme de avião

A produção mistura o famoso filão do "filme de avião" e mescla elementos de terror e ação. Filmes de avião geralmente produzem boas sequências de ação e drama, o ambiente claustrofóbico colabora para isso.

Alguns exemplos clássicos disso podem ser visto por exemplo em filmes como: "7500" (2019) da rival Amazon; "Sully - O Herói do Rio Hudson" (2016), filme baseado em eventos reais com a assinatura de Clint Eastwood e protagonizado pelo ótimo Tom Hanks (mesmo assim o filme foi ignorado pelo Oscar).

Ainda pode se juntar à lista o inacreditável "Serpentes a Bordo" (2006) protagonizado pelo sempre carismático Samuel L. Jackson e também a excepcional comédia "Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu!" (1980).

Em "Céu Vermelho-Sangue" Thorwarth e Holtz teviram a instigante ideia de fazer um filme de avião com vampiros.

Começou bem

Em seus momentos iniciais o filme acompanha um grupo de militares que são chamados para lidar com a situação de um avião que tem na cabine de comando um muçulmano, que logo é considerado como suspeito de ser um terrorista.

Um menino acaba descendo do avião, o personagem Elias (Karl Anton Koch) é uma criança que quase não fala, o que dificulta para os militares saberem qual é a situação dentro do avião.

A trama então consegue prender a atenção do público logo nos primeiros minutos ao apresentar um início enérgico, tenso e intrigante.

Mas quando o filme volta no tempo para explicar como se chegou naquela situação, o longa se perde numa entediante narrativa que irá mostrar que Nadja (Peri Baumeister) a mãe de Elias, é uma mulher que quando o filho ainda era um bebê, foi mordida por um vampiro e desde então luta contra essa maldição e está indo para os Estados Unidos em busca de uma cura.

Mas o avião é tomado por terroristas.

No meio de tantas cenas de flashback que mostra as dificuldades da protagonista em criar seu filho, visto que ela tem que se esconder do sol, a produção até consegue bons momentos de ação quando a situação dentro da aeronave sai do controle, mesmo com efeitos visuais e maquiagem que deixam claro se tratar de uma produção modesta, o maior problema da produção está mesmo na tentativa de abrir o leque de possibilidades da trama.

Ao mesmo tempo em que se pode entender que a transformação de Nadja em uma vampira se trata de algum tipo de vírus, também há indicativos de que seja algo relacionado com o sobrenatural e no final das contas não se descobre qual das duas opções é a verdadeira, isso por si só não seria problema, se fosse uma opção do roteiro, mas parece não ter sido esse o caso.