Milhares de cubanos tomaram as ruas no último dia 11 de julho. Os manifestantes jogaram pedras na polícia, lojas de luxo foram quebradas e saqueadas. Essa onda colérica no seio da sociedade cubana foi algo sem precedente desde quando os comunistas tomaram o poder na década de 1960.

Entre os manifestantes se pôde ouvir frases como “liberdade” ou “abaixo ditadura”, além de músicas como Pátria y Vida –rap feito clandestinamente e que faz piada com o slogan ultrapassado de Fidel Castro, Pátria ou Morte.

Toda esta situação, segundo a revista inglesa The Economist, representa um desafio muito grande para os “insensíveis” burocratas que ainda governam a ilha e, logo depois que Fidel Castro morreu e o seu irmão Raúl Castro teve sua aposentadoria decretada no início do ano, o regime chegou a responder a essas manifestações com repressão.

O novo presidente do partido comunista cubano, Miguel Díaz-Canel, pediu que os “revolucionários” fossem às ruas, dando rédeas soltas às suas tropas, a polícia e vários bandos que ainda seguem leais ao socialismo. Vale destacar que pelo menos uma pessoa morreu nos confrontos.

A repressão em Cuba, segundo a The Economist, pode ter resultado, como acontece em outros lugares que essas manifestações acontecem. Mas no caso da ilha, alguma coisa foi rompida. Um contrato que fez que Cuba tivesse uma paz social por 60 anos foi quebrado, afirma a publicação.

Muitos cidadãos cubanos estavam tolerando o Estado policial (repressivo) porque esse Estado garantia suas necessidades mais básicas. Agora, parcela dos cubanos cansaram. A publicação britânica afirma que a escassez crônica de alimentos e remédios na ilha se tornou aguda.

Díaz-Canel faz acusações contra um “imperialismo americano” por causa dos protestos que estão acontecendo. Segundo a The Economist, as causas da explosão social em Cuba são internas.

Esquerda brasileira defende o governo cubano

Segundo o jornal El País, fazer uma crítica ao Governo cubano ainda é um grande tabu entre os representantes da esquerda brasileira. Os seguidores militantes e os vários partidos progressistas brasileiros vêm se manifestando em suas redes sociais reconhecendo as manifestações por lá como atos legítimos.

Por outro lado, fogem da crítica ao governo de Díaz-Canel. Parece que os vários partidos de esquerda apoiam o governo de Cuba quase unanimemente.

Ao que parece, a esquerda brasileira está focando em exaltar o que consideram conquistas sociais dentro da Revolução Cubana e nas críticas ao embargo promovido pelos Estados Unidos por 50 anos.