A Netflix estreou na última sexta-feira (18) o novo filme do diretor espanhol Pedro Almodóvar, “Mães paralelas” (2021). Além desta produção, a gigante do streaming disponibilizou ainda mais onze longas-metragens do cineasta espanhol conhecido mundialmente.

Festival Almodóvar

Além da já citada nova produção do espanhol. Também estão no catálogo: “Maus hábitos” (1983); “O que eu fiz para merecer isto?” (1984); “A lei do desejo” (1987); “Mulheres à beira de um ataque de nervos” (1988); “De salto alto” (1991); “Kika” (1993); “A flor do meu segredo” (1995); “Carne trêmula” (1997); “Fale com ela” (2002); “Má educação” (2004) e “Volver” (2006).

Cinema x streaming

A nova obra de Almodóvar estreou no mês de setembro do ano passado no Festival de Veneza. Recentemente o espanhol, junto com o cineasta Denis Villeneuve, levantou o debate sobre estreias simultâneas de filmes no streaming e nas salas de Cinema (ambos são contrários a esta prática). Apesar de declarar não abrir mão de ver seus filmes sendo exibidos nos cinemas, Pedro Almodóvar reconheceu a importância do streaming.

A trama

A produção é protagonizada por Penélope Cruz que dá vida a Janis, uma fotógrafa bem sucedida prestes a completar 40 anos. Ela é uma mulher independente que, após uma gravidez acidental, conhece na maternidade a adolescente Ana (Milena Smit), sua colega de quarto que está vivendo a mesma situação.

Mas, enquanto a fotógrafa vê a chegada de um filho com orgulho, a adolescente está cheia de dúvidas em relação ao seu futuro como mãe.

Ana vive com a mãe (Aitan Sánchez-Gijón), uma atriz sem muito sucesso na carreira que encontra a grande chance de sua vida justamente no momento em que a filha adolescente se torna mãe. A jovem também tem uma relação conflituosa com o pai.

Janis, apesar de assim como Ana ser mãe de primeira viagem, é quem mais aconselha e tranquiliza a jovem, as duas acabam por ter suas filhas no mesmo dia, e se tornam amigas. Mas a trama escrita por Pedro Almodóvar vai além de investigar a relação de amizade entre duas mulheres de mundos tão distantes, algo extremamente sério irá fazer com que o destino das duas se unam de maneira irreversível.

Maternidade

Pedro Almodóvar volta a um dos seus assuntos preferidos, a investigação sobre o universo feminino, em especial o tema da maternidade, algo comum na obra do cineasta. Em “Mães paralelas”, Almodóvar se utiliza do melodrama e cria uma situação das mais inusitadas. Porém, diferente de obras como “Mulheres à beira de um ataque de nervos”, o caos visto em seu novo filme é controlado.

A atriz Penélope Cruz dá vida a uma mulher que lida com uma tragédia, mas a artista em nenhum momento apela para uma interpretação mais exagerada e fica fácil para o público simpatizar com o drama vivido pela protagonista e também entender suas decisões nada acertadas em determinados momentos.

Mesmo que em seus momentos finais a trama mude totalmente de rumo ao fazer uma crítica política, “Mães paralelas” é um ótimo divertimento, que pode servir de porta de entrada para quem deseja conhecer melhor o trabalho de Pedro Almodóvar.