O astro Ryan Reynolds e o diretor Shawn Levy voltam a trabalhar juntos na nova produção da Netflix “O Projeto Adam” (The Adam Projec) - antes a dupla já havia realizado o divertidíssimo “Free Guy - Assumindo o Controle” (Free Guy) 2021.
O roteiro da ficção científica com tons de drama e comédia protagonizada pelo ator da franquia “Deadpool” ficou por conta de Jonathan Tropper, T.S. Nowlin e Jennifer Flackett.
Viagem no tempo
Levy e o trio de roteiristas elaboraram uma trama que até consegue estabelecer, dentro do universo do filme, as bases para viagens temporais.
Ryan Reynolds vive Adam Reed, um piloto experiente no ano de 2050 que tenta voltar para o ano de 2018 para impedir seu pai Louis (Mark Ruffalo), um físico que acidentalmente criou as bases para viagens no tempo.
A coisa saiu do controle quando a parceira de Louis, Maya Sorian (Catherine Keener) se apodera da tecnologia e se torna uma tirana que transforma a Terra em lugar pior que o futuro da franquia "O Exterminador do Futuro", como explica o protagonista.
Porém, o piloto comete um erro e acaba indo parar no ano de 2022 e acidentalmente encontra sua versão de 12 anos, interpretada pelo ator mirim Walker Scobell, ótimo no papel.
Talvez a melhor coisa do filme seja a interação do Adam adulto com sua versão pré-adolescente, Scobell está fantástico no papel.
É fácil para o público comprar a ideia de que ele é a versão jovem de Ryan Reynolds, o motivo do texto fazer referência ao nome do ator e não ao personagem, é que Reynolds dificilmente sai de sua zona de conforto e seus personagens parecem ser sempre os mesmos, com pequenas variações, onde é sempre encontrado o humor debochado do artista.
Isto não seria um problema se estivesse de acordo com a trama proposta pelo filme. Ainda que o Adam adulto mostre situações de arrependimento pelas escolhas do passado, como a relação problemática que teve com a mãe Ellie (Jenifer Garner), o ressentimento com um pai, supostamente, ausente e a dor da perda da esposa Laura (Zoë Saldaña), o personagem parece ser um homem de muito bom um humor para quem veio de um planeta Terra destruído.
Então a trama mostra situações em que o protagonista tem a chance de dar conselhos para sua versão mais jovem e também tem a oportunidade de conversar com sua própria mãe para tentar confortá-la sobre a situação com seu filho problemático. No universo da trama, não há os problemas que existem por exemplo, na franquia "De volta para o futuro". "Só existe um lugar no tempo onde você pertence, em um nível quântico", explica o Adam de Reynolds para o Adam de Sobell.
A produção lida de maneira atrapalhada em misturar os diversos gêneros e parece mais interessada em homenagear produções da década de 1980 ao reproduzir sequências bem parecidas com o universo Star Wars, ainda são vistas sequências de ação genéricas que parecem ter sido descartadas de alguma produção dos filmes do MCU. O saldo final é que "O Projeto Adam", apesar de suas falhas, é um filme que é até divertido, muito por conta da atuação de seus protagonistas.
