Com ares de campanha eleitoral, o presidente da República Jair Bolsonaro [VIDEO] (PL) e pré-candidato a reeleição montou palanque na sexta-feira (15) em Americana, interior de São Paulo e discursou de forma inflamada para centenas de motociclistas que acompanharam o presidente em mais uma motociata. Com informações do portal UOL.

Ataques do Messias

Como não poderia deixar de ser, o líder do Executivo atacou o Partido dos Trabalhadores (PT) e declarou que está na presidência da República por ter recebido uma missão de Deus. A novidade da retórica do amigo de Fabrício Queiroz veio em forma de ataques ao WhatsApp e aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os apoiadores do presidente Bolsonaro em outro momento gritaram palavras de ordem contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o petista é o principal concorrente de Bolsonaro para a cadeira no Palácio do Planalto.

O motivo da insatisfação de Jair Bolsonaro com o acordo feito entre o TSE e o WhatsApp é que o aplicativo de mensagens criou uma nova tecnologia que permite que sejam criadas comunidades com milhares de usuários, mas a novidade só será implementada no Brasil depois do resultado das próximas Eleições em outubro. Com a medida o TSE tenta diminuir a disseminação de fake news, mensagens de ódio dentre outros conteúdos que possam ser considerados como criminosos.

Acusou o golpe

O lamurioso ocupante do Palácio da Alvorada disse para seus apoiadores que ficou sabendo na manhã da sexta-feira (15) do acordo entre a empresa e a Corte eleitoral brasileira. O mandatário acusou o acordo de ser uma forma de cerceamento e que ninguém iria tirar a liberdade da população, disse o presidente da República que estranhamente se posicionou contra uma medida que tem por objetivo evitar que notícias falsas sejam disseminadas no período eleitoral.

Segundo Bolsonaro, o acordo firmado entre o WhatsApp e o TSE não será cumprido, ele só não explicou como o Governo federal terá condições de fazer algo contra a medida, a fala do presidente parece ser somente mais uma de suas tradicionais bravatas para inflamar seus seguidores mais fanatizados contra as instituições democráticas.

Bolsonaro, que não é conhecido por suas qualidades como grande orador, voltou a usar a desgastada metáfora futebolística ao afirmar que é “obrigado a jogar dentro das quatro linhas”, ele estava se referindo à Constituição Federal e que ele não estaria disposto a romper com as instituições, é estranho um político que afirma ser um democrata dizer que se sente obrigado a obedecer ao que está escrito na Constituição.

O UOL ouviu especialistas em direito eleitoral e também partidos de oposição que afirmaram que a motociata pode ser considerada como campanha eleitoral antecipada. O site procurou a Presidência da República para comentar o caso, mas não obteve resposta.