Estreou nesta sexta-feira (22) o filme “Agente Oculto” ("The Gray Man"). O filme é protagonizado pelos astros de Hollywood Ryan Gosling, Chris Evans e Ana de Armas. A direção ficou por conta dos irmãos Joe e Anthony Russo, que também produziram o longa de 129 minutos. O roteiro baseado no livro homônimo é de Joe Russo, Stephen McFeely, Christopher Markus.

A trama

Court Gentry (Gosling) foi retirado da cadeia para trabalhar em um projeto secreto da CIA que recrutava ex-presidiários para cumprirem missões para a agência de espionagem. Ele então se tornou um dos mais eficientes agentes do projeto Sierra, desenvolvido por Donald Fitzroy (Billy Bob Thornton).

Após a aposentadoria do mentor de Gentry, o comando da operação ficou por conta de Denny Charmichael (Regé-Jean Page), que contratou o psicótico Loyd Hansen (Evans) para caçar “Seis”, o codinome do protagonista, e evitar que ele divulgue o esquema de corrupção em que Charmichael está envolvido.

Projeto milionário

A produção levemente inspirada no romance de Mark Greaney desbancou “Alerta Vermelho” (2021) do posto de filme mais caro da história da gigante do streaming. O novo filme dos irmãos Russo custou US$ 200 milhões, US$ 40 milhões a mais que o filme protagonizado por Ryan Reynolds, The Rock e Gal Gadot. Ambas as obras são filmes de ação e espionagem, o que justifica os altos custos de produção, além de também terem no elenco nomes que estão em alta em Hollywood.

Além dos salários altíssimos cobrados por Chris Evans e Ryan Gosling, não deve ter sido nada barato para a plataforma a contratação dos irmãos Russo, celebrados por terem estado no comando de algumas das maiores bilheterias do Cinema, como “Vingadores: Ultimato”, e também terem dirigido aquele que é considerado por muitos como o melhor filme do MCU: “Capitão América 2: O Soldado Invernal”.

Atuações

Ryan Gosling deve ter visto no novo filme de ação e espionagem da Netflix uma boa chance de sair de sua zona de conforto. Ele é conhecido por seus personagens mais introspectivos, como em obras como “Blade Runner: 2049” (2017), “Drive” (2011), entre outras. Porém, o que o ator de 41 anos apresentou foi uma interpretação com total falta de carisma em um tipo de personagem que Tom Cruise, Matt Damon, ou até mesmo Keanu Reeves, fizeram sem maiores problemas.

Quem não sofreu deste problema foi Chris Evans, que convence como um vilão que o público tem vontade de ver morto. A atriz cubana Ana de Armas, mais uma vez, foi subaproveitada em uma trama de ação e espionagem, como já havia acontecido no decepcionante “007: Sem Tempo para Morrer” (2021). A escalação de Regé-Jean Page e Jessica Yu Li Henwick para interpretarem altos funcionários da CIA foi algo tão trágico quanto o teste de Tom Hiddleston para viver o personagen Thor no MCU.

No aspecto técnico, o filme não deixa a desejar com suas explosões, tiros, fogos de artifícios e coreografias de luta. Tudo é satisfatório e empolgante, porém quase sempre deixa a impressão de que está apenas emulando obras como o já citado segundo filme do Capitão América, qualquer filme da saga Jason Bourne ou da cinessérie "Missão Impossível".

Se na forma o filme até distrai, mesmo sendo algo genérico, talvez seja na parte dramática que “Agente Oculto” mostre mais suas deficiências ao tentar vender o lado mais emotivo do personagem com a relação dele com a menina Claire Fitzroy (Julia Butters) sobrinha de Donald Fitzroy. Neste tema, o ótimo “Resgate” (2020) mostra como se faz para aliar emoção com altas doses de ação.