Nesta terça-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro (PL) mais uma vez foi bem-sucedido no que parece ser uma tentativa deliberada de jogar na lata do lixo a reputação do Brasil no exterior. Depois de sua desastrosa passagem por Londres, em que foi ao funeral da rainha Elizabeth 2ª, agora o mandatário foi passar vergonha nos Estados Unidos, ao participar em Nova York da abertura da 77ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Mestre

Verdade seja dita, ao longo de pouco mais de três décadas de vida pública, Jair Bolsonaro vem aperfeiçoando sua habilidade de mentir e dar declarações que desonram o cargo que ocupa.

Não foram preciso mais do que 20 minutos para o atual ocupante do Palácio da Alvorada destilar seu veneno contra seu principal adversário na campanha presidencial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além, é claro, de proferir seus habituais delírios e suas tradicionais fake news.

Tradição

Tradicionalmente, desde 1955 o Brasil é o primeiro país a discursar na abertura da Assembleia da ONU. Esta é a quarta vez que o mandatário discursa na organização, e assim como o discurso da terça-feira, o que se viu nas outras vezes foi uma série de fake news.

Bolsonaro tenta se reeleger presidente da República, mas ele se encontra na segunda colocação nas principais pesquisas de intenção de voto, atrás de Lula.

Então o mandatário achou por bem usar a oportunidade para fazer um balanço de seu governo, assim como também não deixou de atacar o adversário político.

Ele se vangloriou sobre a criação do programa Auxílio Brasil, a redução de impostos que fez com que os combustíveis tivessem uma queda e também falou sobre a privatização de empresas estatais.

Estrategicamente, Bolsonaro não falou que o Auxílio Brasil não passa da repaginação do bem-sucedido programa de assistência social do governo do Partido dos Trabalhadores e também não comentou que a redução do preço da gasolina foi feita de maneira artificial, somente com fins eleitoreiros.

Segundo Bolsonaro, que levou para a ONU o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos líderes do centrão e que está sendo investigado em escândalos de corrupção, ele acabou com a “corrupção sistêmica” que, segundo ele, existia no Brasil.

Em 2020, por causa da pandemia do coronavírus, Bolsonaro enviou seu discurso gravado para a ONU. Nas outras ocasiões, os discursos do presidente tiveram como principais tópicos a defesa da soberania do Brasil na Amazônia e fake news sobre a Covid-19. Com seu discurso na ONU, Bolsonaro somente conseguiu mostrar para o resto do mundo o que a maioria dos brasileiros já sabe, que ele se trata de um chefe totalmente despreparado para exercer o cargo de líder de uma nação.