Boas notícias são acompanhadas e sustentadas por boas ações e como o brasileiro é conhecido por seu espírito de altruísmo e por sua prontidão em ajudar, quando se trata de união para ver o outro confortável e feliz, tudo fica ainda mais alegre e completo.

Pela primeira vez, o Brasil entrou no ranking dos 20 países mais solidários do mundo. Essa lista é monitorada e coordenada pela Charities Aid Foundation (CAF), uma organização inglesa que é representada aqui pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS).

A World Giving Index 2022, nome oficial dessa lista, aponta um salto significativo do Brasil, passando da 54ª colocação para a 18ª colocação.

É a reafirmação do crescimento que se observa nos últimos quatro anos.

O espírito de doação foi mais expressivo no quesito “ajuda a desconhecidos”, garantindo a posição de número 11 para a nação tupiniquim.

Dados do levantamento revelam que o povo brasileiro tem a disponibilidade de ajudar por meio de doações financeiras, bem como reservar parte do tempo em mobilizações esporádicas e trabalhos voluntários. Um panorama animador, apesar das dificuldades socioeconômicas enfrentadas por muitos e o revés geral motivado pela pandemia.

Corrente do bem

Em projeções mundiais, são 3 bilhões de indivíduos que auxiliam pessoas que sequer conhecem. Um aumento de meio bilhão em relação aos dados colhidos antes da Covid-19.

No Brasil, são 57 milhões de voluntários e 47% desse total intensificou ou trabalhou mais pelas causas solidárias durante o isolamento social.

O campeão da solidariedade cabe à Indonésia, mas outros países como Quênia, Austrália, Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia figuram no topo do ranking da World Giving 2022.

Observando toda essa movimentação ascendente voltada para o bem, o Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado quer promover uma ligação entre os que querem colaborar com os que precisam de ajuda.

Pollyana Andrade é a secretária-executiva do programa e explica que um dos objetivos é reunir esforços e pessoas na direção de ajudar alguém ou uma comunidade necessitada. Isso atende aquelas pessoas de boa vontade, mas que estão sozinhas; então, por meio dessa ponte, elas podem receber uma força coletiva.

O Programa possui cinco eixos de atuação: engajamento social, acessibilidade, voluntariado, ajuda humanitária e transformação social.

A parte do engajamento social, por exemplo, foca em campanhas regulares e na realização do Natal Solidário. Contempla também as campanhas de emergência originadas por catástrofes naturais.

Ela concorda que a pandemia trouxe um novo olhar, uma nova conscientização e aprendizado a respeito da colaboração e da solidariedade. Pollyana disse que são “coisas pequenas e simples, mas que geraram essa mudança nas pessoas e são trabalho voluntário também”. Para ela, até comprar um remédio para um idoso impossibilitado de sair, pode funcionar como exercício de ajudar o outro.

Comunhão

Noutra frente, o Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado faz a articulação entre os setores governamentais, iniciativa privada e ONG´s interessados em constituir uma rede de apoio aos mais carentes.

Ainda que isso não aconteça, é digno de mencionar as empresas, instituições e doadores individuais que fazem a diferença para muitos que não possuem condições suficientes de vida. São órgãos e gente que agem de forma independente e, muitas vezes, a opinião pública não toma conhecimento de ações em prol da sociedade como um todo.

No ramo empresarial, os destaques vão para o BNDES, com 412 milhões de reais, e a Petrobras, a qual doou 280 milhões. Contudo, não se deve esquecer outras entidades como a Cacau Show (20 milhões), Cargill (56 milhões) e o Grupo Gerdau (40 milhões).

Os que podem e preferem doar individualmente são famílias e celebridades como a ex-modelo Gisele Bündchen (R$ 1,1 milhão), os cantores Wesley Safadão e Anitta e as famílias Ribeiro e Frankel.

Entre as organizações sem fins lucrativos, o Movimento Bem Maior lidera, com a destinação de R$ 9 milhões a ações de caridade. Depois vem o Hospital Albert Einstein, que doou R$ 7 milhões, e a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, com R$ 3 milhões.

João Paulo Vergueiro é diretor da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) e ressalta o peso das empresas públicas no ano de 2022, tendência que se consolidou nos anos passados. Ele declarou que “também é merecedor de nota o fato de que temos muitas celebridades e artistas doando. O exemplo deles incentiva ainda mais pessoas a doar”.

Nota do redator: quem se interessar pelo Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado, pode preencher um formulário de cadastro que solicita alguns dados pessoais.

É importante se identificar em uma dessas opções: Voluntário ou Líder de Instituição. Depois de preenchido, o interessado receberá um correio eletrônico, contendo a confirmação da operação e as instruções para o primeiro acesso.