Quando uma criança adentra o espaço da Escola e é recebida por esta para atuar junto ao seu processo educativo ela, a escola assume também a responsabilidade de zelar por sua integridade física, até o momento em que a criança deixe as suas dependências com o responsável familiar ou com alguém que esta designe para transportá-la até a sua casa.

Desta forma, a escola deve tomar com muita seriedade sua responsabilidade na guarda das crianças, independente da esfera a que esteja vinculada, se pública ou privada. Tal seriedade tem haver com: adequação e vigilância frequente do ambiente, dos brinquedos e dos materiais manuseados pelas crianças; manter as crianças sob supervisão constante evitando que se dispersem para locais dentro da escola sem a presença dos professores ou de outro profissional indicado; ter controle rigoroso na entrada e saída de alunos, sobretudo na saída; supervisionar com o máximo possível de pessoas o momento do recreio, bem como os banheiros utilizados pelas crianças; intervir imediatamente quando forem percebidas brincadeiras violentas entre os alunos; recolher objetos trazidos pelas crianças nas mochilas que podem causar acidente; manter diálogos e ações pedagógicas que coloquem em exercício o respeito e o cuidado entre as crianças.

No entanto, apesar dos esforços que podem e devem ser empreendidos pelas escolas no objetivo de garantir o bem-estar das crianças, tanto às agressões quanto os acidentes e os incidentes, infelizmente, acabam acontecendo. Compreenda-se por agressão quando uma criança machuca outra intencionalmente; acidente quando uma criança sofre algum machucado, sozinha ou causado por outra, porém sem que haja a intenção de ferir; e incidente quando, por exemplo, uma criança é entregue a uma pessoa que, mesmo sendo conhecida, não foi devidamente autorizada pela família para buscá-la, ou ainda, quando a família permite que a criança leve para a aula um brinquedo estimado, e este é quebrado ou some. É o suficiente para muito mal-estar.

Veja agora algumas ações simples, mas que podem evitar grandes transtornos:

Ter regras claras - Antes mesmo do inicio das aulas é muito importante que a escola promova reuniões com as famílias para esclarecer e discutir (quando possível) regras e encaminhamentos a serem dados nos casos descritos. Depois de discutidas, informadas, registradas oficialmente, estas regras devem chegar ao conhecimento de todos dentro da escola.

Neste momento é oportuno discutir com a família a elaboração de um Termo de Autorização para Casos de Emergência quando for necessário atendimento em hospital e não houver sucesso no contato com os responsáveis, de modo que, a prioridade seja prestar socorro à criança.

Conversar – Chamar os responsáveis pela criança que agride para que juntos possam encontrar soluções para o problema.

Fazer ata de registro da reunião que deve ser assinada pela escola e pela família. Obviamente que o bom senso precisa prevalecer, pois não há sentido em fazer uma reunião por causa de um arranhão ou um puxão de cabelo esporádico, mas, se o problema persiste, há sim a necessidade de intervenção. No caso da criança agredida chamar a família em momento diferente, se possível antes do término da aula, para que possam ser dados os esclarecimentos e para que se evite confronto entre os pais.

Não minimizar a situação – No caso dos pequenos acidentes como tombos que deixam “galo”, pequenos cortes com pouco sangramento, é importante que, depois de prestados os primeiros atendimentos à criança, a família seja atendida pelo professor que a acompanhava ou por outra pessoa da equipe que tenha todas as informações para explicar o ocorrido.

Nenhum pai gosta de receber seu filho machucado e nem de ouvir frases do tipo: Foi nada demais não! Eu não estava aqui, não sei explicar como foi! Quando não for possível este contato oral, o mesmo deve ser feito por escrito, no mesmo dia do ocorrido.

Manter contatos sempre atualizados - Também é inquestionável a necessidade de manter contato telefônico atualizado e de fácil acesso, para que a escola possa se comunicar com agilidade quando necessário em qualquer situação. Necessário exigir dos pais este cuidado! No caso da entrega da criança a terceiros, a escola deve se certificar de quem pode fazê-lo evitando transtornos maiores.