Um dos jornalistas que fazem críticas abertas ao presidente Jair Bolsonaro, Fábio Pannunzio deixou a TV Bandeirantes após 20 anos de serviços prestados à emissora paulista. A informação foi divulgada por ele próprio, nesta quarta-feira (4), por meio de sua conta no Twitter. "Comunico a vocês que estou deixando a TV Bandeirantes após mais de duas décadas", escreveu o jornalista,

Pannunzio, no entanto, negou que o motivo de sua saída da Band tenha sido por razões políticas. "Apesar das minhas críticas, especialmente ao atual governo, não foi por causa disso", disse o jornalista de 58 anos ao colunista Flávio Ricco, do portal UOL.

Assim como fez em sua postagem na rede social, ele justificou seu pedido de demissão alegando que irá tratar de sua saúde. Segundo o jornalista, por recomendações médicas ele precisa ter "uma vida menos tensa e mais pacata". No mês passado, ele sofreu um infarto quando estava na sede da Band, no Morumbi, e precisou se afastar do trabalho por duas semanas em razão de ter sido submetido a uma cirurgia para a colocação de um stent no coração.

Pannunzio disse ainda que teve total liberdade dentro da emissora para trabalhar e expressar suas opiniões.

"Digo com todo orgulho que a Band é o lugar mais seguro para um jornalista trabalhar", disse.

Âncora do "Jornal da Noite" desde 2017, Fábio prometeu não se desligar totalmente da emissora e pretende colaborar com ela em futuros projetos da casa, como séries de reportagens especiais. "Saio, mas não saio de tudo", revelou.

Sobre seus futuros trabalhos fora da Band ele não quis dar mais detalhes, apenas falou que se trata de um projeto para a internet e que as pessoas o ajudarão a definir os rumos e o nome dessa nova empreitada.

Essa foi a segunda passagem de Fábio Pannunzio pela Bandeirantes, a outra foi em 1992. Ele também trabalhou durante 15 anos na TV Globo.

Bate-boca com chefe da Secom não foi o motivo

Nesta quinta-feira (5), Fábio Pannunzio voltou às redes sociais para negar que o motivo de sua saída da Band tenha sido um bate-boca pelo Twitter com o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten.

Segundo ele, sua saída já estava definida há um mês e que o Wajngarten jamais teria força para causar sua demissão. "Os tuítes que ele enviava para os meus chefes eram motivo de chacota na redação", falou.

Na segunda-feira (2), Pannunzio se envolveu em uma discussão com Wajngarten, o qual chamou de "dedo-duro intrigante", "vil" e "covarde", além de acusá-lo de fazer perseguição a jornalistas. Durante a discussão, Wajngarten afirmou que, quem não estivesse falando a verdade na discussão, deveria pedir demissão.