Nesta terça-feira (23), estreia a série "Em Nome de Deus", que será exibida na íntegra no Globoplay. A produção narrará histórias de abusos sexuais cometidos pelo médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. O ex-líder da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), foi preso pela Polícia e condenado há mais de 60 anos de prisão pela prática de abuso e outros crimes.
De acordo com o site UOL, as primeiras denúncias contra João de Deus foram exibidas no programa "Conversa com Bial", em 2018. A partir daí, mais de 300 mulheres passaram a relatar abusos sofrido enquanto participavam de sessões com o médium. O documentário contará a trajetória de João de Deus, bem como seu poder e relações com políticos e celebridades. Uma das vítimas do médium, Deborah Kalume, contará detalhes sobre os abusos sofridos ao procurar João de Deus. A atriz foi ao encontro do médium para buscar ajuda para o marido, que entrou em coma após um grave acidente de carro.
Graves acusações a João de Deus
De acordo com o site MSN, a atriz Deborah Kalume, ex-mulher do cineasta Fábio Barreto, narrou com detalhes os abusos que teriam sido praticados por João de Deus durante uma sessão em que buscava cura para o marido que se encontrava em coma. A atriz revelou que teria ido à Abadiânia em 2012, cerca de dois anos e meio após o acidente do marido, e que esta teria sido sua última fonte de esperança pela recuperação de Fábio Barreto. Kalume contou que, durante a sessão, João de Deus teria lhe perguntando se estava usando sutiã e se poderia retirá-lo. A atriz afirmou que teria obedecido ao médium mesmo se sentido confusa e culpada.
Deborah revelou, ainda, que João de Deus havia colocado a mão em cima de suas próprias partes íntimas e, em seguida, começado a se esfregar no corpo dela.
A atriz contou que o médium teria lhe dito que ela estaria atrapalhando o processo de cura por não confiar nele. Por fim, Kalume revela um detalhe perturbador: "Ele fazia tudo isso rezando Ave Maria". Trechos do documentário foram exibidos no programa "Fantástico" do último domingo (21).
Bial fala sobre documentário
Segundo o site UOL, o jornalista Pedro Bial falou sobre o documentário e ressaltou todos os cuidados que teriam sido tomados em respeito às vítimas. "Como as histórias são quase nauseantes de tão horripilantes, não podíamos pesar a mão. Tudo ali já era muito pesado. Precisamos de muito cuidado, tudo poderia transbordar", disse o jornalista. Bial comentou sobre a questão cultural que leva aos brasileiros buscarem uma espécie de "salvador da pátria", seja no sentido espiritual ou até mesmo político. O apresentador afirmou que, pelo fato de existir desespero nas pessoas que buscam ajuda, as práticas abusivas em centros espirituais acrescentam mais uma "camada de horror".