Elizabeth 2ª foi uma mulher marcante, tanto como a monarca mais longeva do Reino Unido como a mais popular e sorridente figura da família real britânica.

Com tantos papéis exercidos ao longo da vida –mãe, avó, conselheira, esposa– e reconhecida pelo mundo todo, ela não pôde ver com os próprios olhos tamanha admiração e adoração que despertava.

Marcado como o último dia para a despedida, o 19 de setembro foi palco de uma cerimônia pomposa e cheia de homenagens.

A rainha Elizabeth morreu aos 96 anos, no Castelo de Balmoral, localizado na Escócia, um de seus locais preferidos para descansar e onde passava parte das férias de verão (no hemisfério Norte) desse ano.

Londres (e o mundo) assistiu a uma multidão que apareceu para dar o último adeus. A composição dela variava de pessoas comuns, militares, cidadãos, até líderes mundiais, reis, imperadores e chefes de Estado.

Protocolos

O funeral oficial começou na Abadia de Westminster, para onde o caixão com o corpo da rainha Elizabeth 2ª foi deslocado em cortejo. Depois, houve uma procissão que conduziu o caixão (em carro funerário) até Windsor, a cerca de 40 quilômetros da capital inglesa. No trajeto, a população jogou flores em direção ao veículo.

E é também em Windsor que a rainha descansará ao lado de seus entes queridos, como o marido, o príncipe Philip, morto em 2021, e a sua irmã, a princesa Margaret.

Ainda na Abadia de Westminster, dois coros entoaram músicas e cânticos e, durante seu discurso, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, falou sobre a vida de Elizabeth: “As pessoas que amam servir são raras em qualquer âmbito da vida (...) aqueles que servem serão amados e recordados, enquanto aqueles que se apegam ao poder e aos privilégios são esquecidos.”

No fim da cerimônia fúnebre, o país se uniu e fez dois minutos de silêncio.

Até o trânsito de aviões foi suspenso durante esse período. Ruas, parques e bares que transmitiam o evento seguiram o ato.

O desfecho ocorreu com a execução do hino nacional britânico, “Deus salve o rei”, cantado agora em homenagem ao novo monarca Charles 3°.

As gerações

Em dado momento do cortejo, os filhos da rainha acompanhavam a saída do caixão da abadia.

Ele estava ornado com a bandeira da monarquia britânica, a coroa usada por Elizabeth, o cetro e o orbe.

Os bisnetos George e Charlotte –filhos de William e Kate– participaram da celebração em um carro oficial, não tendo que fazer o percurso a pé. Já o caçula, Louis, permaneceu em casa.

Antes disso

A saúde de Elizabeth 2ª vinha declinando há, pelo menos, um ano. Vários compromissos e comparecimentos foram cancelados ou representados pelos filhos da rainha. Ela tinha problemas de locomoção e seu estado era delicado. Até agora, não foi divulgada a causa da morte.

Com a sua morte, em 8 de setembro, o mundo foi pego de surpresa e, imediatamente, um sentimento de emoção e solidariedade tomou conta de muitas pessoas.

Logo após os rituais feitos na Abadia de Westminster, era possível visualizar o corredor formado por milhares de pessoas à espera da passagem do cortejo. Pessoas que levantaram bem cedo para se despedir de sua rainha.

Enquanto sua mãe governava, Charles não era uma figura predileta entre os seus súditos. Com a morte de Elizabeth, a popularidade do rei (ainda não coroado) começou a subir.

Quando se pensa em gente, Elizabeth 2ª conheceu todos os tipos possíveis: desde Madre Teresa de Calcutá até o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela. Viu o homem pousar na Lua e muitas guerras, desde a Segunda Guerra Mundial até a recente travada na Ucrânia.

Em meio a tantos acontecimentos e citação de Famosos, vale aqui a declaração de uma pessoa singela, vinda do povo: Maryann Douglas é enfermeira aposentada e disse, em entrevista à agência AFP, que não podia descrever a emoção que sentia –referindo-se à marcha do caixão pelas ruas londrinas. No final, declarou que valeu a pena, chorou e teve calafrios.