Depois de ser preso neste sábado (12) na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o italiano Cesare Battisti seguiu para a Itália neste domingo (13). Assim, o avião trazendo o italiano chegou ao aeroporto de Ciampino, em Roma, nesta segunda-feira (14), às 8h40, horário de Brasília. Battisti foi escoltado pelos policiais italianos enquanto descia do avião quando chegou a Roma.

Para receber Battisti houve um forte esquema de segurança montado no aeroporto. Depois, ele foi levado para o presídio na periferia da capital italiana. Ruas foram fechadas pelas patrulhas para que o comboio que estava levando Battisti passasse, informou um dos jornais italianos.

O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, estava no aeroporto para receber o italiano que ele chama de “assassino comunista”.

Segundo um jornal italiano, quando chegou ao aeroporto, Battisti teria afirmado para os funcionários do serviço antiterrorismo que o receberam que agora sim iria para a cadeia.

Battisti e como tudo começou

Cesare Battisti, 64 anos, integrou um grupo armado na Itália chamado Proletários Armados pelo Comunismo. Foi condenação à prisão perpétua no ano de 1993 pelo assassinato de quatro pessoas nos anos 1970. Os crimes foram contra um guarda carcerário, um agente da Polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão, cujo filho ficou paraplégico após ser igualmente atingido.

Battisti se defende dizendo não ter matado ninguém e que está sendo vítima de perseguição política.

Em permanente fuga por 37 anos, ele ficou alguns períodos preso e enfrentou lutas político-judiciais para evitar a Justiça italiana. O italiano escapou da Itália na década de 1980 e viveu no México, na França, no Brasil e, recentemente, estava escondido na Bolívia.

Battisti conseguiu refúgio brasileiro em 2009, com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Porém, o status de refugiado foi revisto pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), que autorizou sua extradição. Trinta operações foram feitas pela Polícia Federal para localizar o italiano, mas não tiveram sucesso.

A entrada do italiano foi ilegal na Bolívia e sua expulsão foi solicitada pelo governo italiano e acertada entre os governos.

No começo, o plano era trazer Battisti até o Brasil no avião da Polícia Federal, para depois extraditá-lo para seu país. O governo brasileiro chegou a enviar o avião para a cidade boliviana onde o italiano estava, mas a Itália e a Bolívia já estavam em negociação para a extradição rápida de Battisti.