O Conselho Nacional de Saúde (CNS) recebeu o apoio do médico oncologista e escritor Drauzio Varella, na luta contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que estabelece um teto de gastos para o serviço público, limitando ao orçamento do ano anterior mais a inflação. A medida vem sendo rechaçada por parlamentares da nova oposição (veja o vídeo abaixo) e por entidades do setor de Saúde.

Para Varella, a proposta não tem sentido visto que a inflação dos equipamentos médicos é bem mais alta. "Nós médicos somos contra a PEC 241. Não tem sentido a correção ser feita às custas da inflação, por que a inflação médica, dos serviços médicos, dos equipamentos, dos novos remédios, das novas tecnologias, é muita mais alta". Na prática, o que a PEC 241 pretende fazer é diminuir os recursos para as áreas da Saúde, Educação e Previdência Social, áreas que apresentam as maiores demandas de recursos.

"Não tem sentido reduzir ainda mais os recursos para saúde. O SUS é uma conquista que não pode desaparecer.

E à medida que o governo vai cortando recursos, nós deixamos grandes massas populacionais desassistidas", disse o oncologista. Se aprovada a proposta que limita os gastos com o setor, teremos nos próximos anos o sucateamento do sistema de Saúde brasileiro.

Planos populares e mais polêmicas

Outra ação do governo interino que vem ganhando opositores é a criação de planos de saúde populares para diminuir o papel do SUS. Hoje, a saúde brasileira é universalizada e gratuita, apesar dos gargalos que tem o setor. Com os planos, o brasileiro terá que pagar por uma saúde que, provavelmente, será pior do que a que temos atualmente, visto que a PEC 241, se aprovada, reduzirá ainda mais o investimento na área.

Se o brasileiro já reclama da Saúde atualmente, imagina quando tiver que pagar por uma pior do que a que temos hoje para poder usufruir?

Propostas do atual ministro

Ricardo Barros, atual ministro da Saúde, vem enfrentando oposição de diversos setores sociais, pelas propostas conservadoras que vem propondo para a área, como os planos populares. Além do mais, nos últimos dias, o ministro declarou que os homens "iam menos ao médico por trabalharem mais", um posicionamento considerado machista, uma vez que grande parte das mulheres trabalham fora e em casa. Especulações já apontam que o ministro não deverá continuar no cargo, caso o governo interino seja efetivado.