Uma Família que mora no Acre procurou, recentemente, a mídia local para expor a triste situação que estão vivendo. Uma mãe conta que já faz dois anos que tenta mudar o nome e o sexo de seu filho na certidão de nascimento. O motivo para a mudança é uma anomalia com a qual a criança nasceu. Segundo a mãe, o filho nasceu com dois órgãos sexuais, um masculino e um feminino. Ela explicou para a reportagem como está sendo a luta para provar que a criança é do sexo masculino.

O caso aconteceu em Rio Branco, capital do estado. A mãe conta que na época que deu à luz, não pôde ver a criança de imediato.

Assim que nasceu, o bebê foi internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e só recebeu a visita da mãe dois dias depois. Sem entender muito bem o motivo da internação, a equipe médica veio com a notícia que o bebê havia nascido com dois sexos, mas disseram que as características predominantes eram femininas.

Porém, a dona de casa não se deu por satisfeita com a explicação médica. Ela disse que quando tirou a fralda da criança, percebeu que não se tratava de uma menina, e sim de um menino. Mesmo assim, a mãe, seguindo as orientações, foi ao cartório e registrou a criança como menina.

Com o passar do tempo, ela conta que era visível as características masculinas na criança. A partir de então, ela começou a luta.

A dona de casa possuía todo o enxoval feminino. Todas as roupas da criança eram rosa. “Na semana passada, duas mulheres pediram para ver meu filho sem roupa. Isso me machuca muito”, conta.

Com muita luta, a mãe conseguiu um exame cariótipo da criança. No exame foi verificado que, pelo número de cromossomos, a criança é um menino.

Agora, com os exames, ela tenta na Justiça o direito de mudar o nome e o sexo da criança na certidão de nascimento.

A oab (Ordem dos Advogados do Brasil) ficou sabendo do caso da família e prometeu ajuda. A entidade divulgou que, para agilizar os trâmites legais, solicitou ao juiz uma liminar para que as alterações no registro de nascimento sejam feitas o mais breve possível.

A OAB disse que os atendimentos a criança em creches e hospitais públicos podem gerar constrangimento, caso as mudanças não sejam feitas.

A médica que acompanha o caso salientou que o nome no registro pode ser alterado a qualquer momento. No entanto, a cirurgia de escolha de genitália só poderá ocorrer na adolescência, quando a criança decidir com qual sexo se identifica.

A mãe se mostrou bastante satisfeita com os resultados, mas disse que agora precisa de doações de roupas masculinas para o filho, uma vez que só possui enxoval para menina.