As buscas por vítimas do rompimento da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho (MG), entraram nesta terça-feira (29) em seu quinto dia de buscas. Até o momento foram encontrados 65 corpos, sendo 31 já identificados. A medida que os trabalhos avançam, também surgem relatos impressionados de quem sobreviveu e viu de perto a tragédia.

“Aqui [na casa da minha família] acharam três corpos. Tiraram pedaços [de corpos], braços e pernas. Achamos roupa do pessoal da Vale, pode ter mais vítimas", disse em entrevista ao portal UOL o morador Jonathan Wilker Pedrosa de Andrade, cuja casa da família fica no bairro rural de Parque Cachoeira.

“A gente sente o cheiro de carniça”, continuou.

Parte da propriedade onde Andrade vive com sua família está devastada. Uma das edificações desapareceu e outra, a principal, está bastante comprometida e cercada de lama, que chega até a altura da janela. No local também há um carro que não é da família, além da roda de um trator. “Tem coisa aqui que a gente não faz ideia de onde veio”, diz Jonathan. Todas as seis pessoas da família que estavam na casa conseguiram sair a tempo e se salvaram.

Uma equipe de reportagem da Globo News presenciou a retirada de mais um corpo da lama, porém esta vítima ainda não foi contabilizada no número oficial de mortos.

Cão é salvo

Voluntários que estão empenhados em salvar os animais comemoraram nesta segunda-feira (28), o salvamento de um cachorro vira-latas do meio da lama.

O animal foi alimentado e está fora de perigo.

De acordo com a apresentadora e ativista de defensa dos animais Luiza Mell, doze cachorros já foram resgatados. Ela está em Brumadinho deste a manhã desta segunda ajudando os voluntários a salvarem os animais. Alguns cães foram levados para clinicas veterinárias de Belo Horizonte e outros seguem em Brumadinho.

Com o Corpo de Bombeiros priorizando o resgate das vítimas e procura por sobreviventes, a remoção dos animais está sendo feita por funcionários da Vale e voluntárias. Em nota, a empresa informou que 50 colaboradores de seu quadro trabalham para resgatar a fauna local. A nota diz ainda que já foram resgatados 26 animais domésticos e que existe uma força-tarefa composta por biólogos, veterinários e auxiliares trabalhando de salvamento dos bichos.