Neste domingo (20), o senador eleito e filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), disse em duas entrevistas, que foram ao ar na RecordTV e Na RedeTV!, que o pagamento de R$ 1 milhão de um título bancário da Caixa Econômica é referente a um apartamento que foi comprado na planta.

No dia anterior, sábado (19), o Jornal Nacional, na Rede Globo, mostrou um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre movimentações atípicas de Flavio Bolsonaro que aponta o pagamento no valor de R$ 1.016.839 de um financiamento bancário da Caixa Econômica.

Porém, o órgão não identifica o favorecido, nem nenhuma data ou outro detalhe sobre o valor.

Nas duas entrevistas neste domingo, Flávio disse que o banco fez uma quitação da sua dívida com a construtora que estava a cargo desse apartamento e ele passou a dever para a Caixa Econômica. Nas entrevistas, esclareceu que vendeu o apartamento por causa do atraso logo depois e que teria recebido uma parte desse valor em dinheiro vivo.

A alegação de Flávio Bolsonaro é que depositou o dinheiro em sua conta, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) nos 48 envelopes de R$ 2 mil, porque era onde trabalhava e que esse valor era um limite de cada depósito em um caixa automático.

Nesta sexta-feira (18), mais uma vez no Jornal Nacional mostrou o relatório do Coaf aponta como atípico a uma fração de um depósito em uma conta do deputado num período de um mês. Nesse relatório, mostra um fracionamento que despertou uma suspeita de ocultar da origem do mesmo.

O senador eleito não foi questionado sobre este último dado, e por isso não esclareceu por que escolheu fazer 48 depósitos de R$ 2 mil, com uma diferença de minutos em cada depósito, ao invés de depositar tudo que recebeu de uma só vez só no banco. Ele afirmou que não tem nada a esconder de ninguém e que o apartamento em questão foi pago de maneira legal.

O dinheiro de Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro explica a relação ao pagamento para a Caixa Econômica dizendo que era um imóvel que ele comprou ainda na planta.

Assim, diz o senador eleito, nesse caso o financiamento fica com a construtora. A Caixa vai financiar a dívida que era dele com a construtora no caso, então, explica Flávio, ele passa a ser devedor do banco e não mais da construtora que vendeu o imóvel.

Ainda continua dizendo que quem fez essa operação foi a agência da Caixa Econômica. Disse que não tem nada a ver com a operação e o banco quita o resto da dívida que ele tinha com essa construtora. Flávio disse que a Caixa vai pagar sua dívida e ele passa a ser devedor do banco.

Flávio Bolsonaro explicou que não fica com nenhuma parte de pagamento de assessores. Segundo o Coaf, esses assessores do gabinete do deputado depositaram na conta do ex-motorista dele, Fabrício Queiroz, nas datas que são as mesmas que são do pagamento da Alerj.

Segundo os investigadores do caso, podem indicar que tentaram ocultar o dono real desse dinheiro.

Flávio Bolsonaro disse que no seu gabinete não aceitaria. Disse que se soubesse desse tipo de operação ele seria o primeiro a denunciar e mandar o mandante ser preso. Quem conhece ele, segundo Flávio, sabe que com ele não tem “sacanagem”. Ele disse que se quisesse dinheiro mesmo, ele teria aceitado algumas “ofertas” de várias doações eleitorais para a sua campanha dos empresários que diziam querer ajudar o Brasil. Disse que recusou esse milhões de campanha.