Começou nesta segunda-feira (18), na 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, a audiência de instrução do processo sobre a morte do jogador Daniel Correa Freitas, assassinado no final de outubro passado depois de participar de uma festa na casa da família Brittes.

As oitivas devem terminar apenas na quarta-feira (20). Nesta terça, segundo dia de audiência, deve acontecer o encontro entre a mãe de Daniel, Eliana Correa, e os réus.

A mãe do jogador viajou de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, onde mora com a irmã, para participar da audiência em São José dos Pinhas, Região Metropolitana de Curitiba, capital do Paraná.

Ao chegar para o primeiro dia da audiência, nesta segunda, ela afirmou que está se preparando para este momento há meses e, inclusive, fez terapia para isso. Desde que o filho morreu assassinado, ela não retornou para sua casa e mora com a irmã. Além disso, não assiste mais televisão e não quer saber de futebol.

Eliana garante que quer olhar nos olhos dos réus e perguntar sobre o que aconteceu no dia em que seu filho foi morto com requintes de crueldade. Daniel foi parcialmente degolado e teve o órgão genital arrancado.

Ela afirmou ainda que tem pena das pessoas que mataram seu filho. "Que vida eles vão ter?", perguntou Eliana, na entrevista que concedeu à imprensa quando chegava à 1ª Vara Criminal.

Ela também afirmou que a sociedade discrimina quem comete crimes e que, por isso, eles não terão mais vida. Quatro familiares do jogador devem ser ouvidos como informantes no processo.

Primeiro dia de audiência

Sete pessoas são rés no processo envolvendo a morte de Daniel Correa. Edison Luiz Brittes Júnior é réu confesso. Ele afirmou ter matado o jogador e, a princípo, argumentava que o atleta teria tentado abusar de sua esposa, que dormia no quarto da casa.

Os outros seis réus são: Cristiana Rodrigues Brittes, esposa de Edison, Allana Emilly Brittes, filha do casal, além de Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Ygor King, David Willian Vollero Silva e Evellyn Brisola Perusso. De todos eles, a única que não está presa é Evellyn Perusso, amiga de Allana.

Ao todo, mais de 90 testemunhas foram selecionadas para depor.

Neste primeiro dia de audiência, três testemunhas sigilosas depuseram. Os réus não acompanharam o depoimento e ficaram em uma sala ao lado, apenas ouvindo o que era dito.

As duas primeiras testemunhas depuseram por cerca de duas horas. A última usou cerca de uma hora para prestar o seu depoimento. Outras duas testemunhas sigilosas ainda serão ouvidas. As cinco estavam na casa da família Brittes no momento do crime.

O segundo dia de audiência começa às 9h desta terça-feira. Sete testemunhas, além dos quatro familiares de Daniel Correa, devem ser ouvidos.