Um adolescente de 14 anos, cujo nome não foi divulgado, foi apreendido pela Polícia em Patos de Minas (MG) por furtar folhas de um fichário de uma papelaria próxima da escola onde estudava.

O menino já havia usado 3 das 96 folhas que compunham o bloco, que custa R$ 8, no momento em que a polícia apreendeu o material. De acordo com os policiais, câmeras flagraram o exato momento em que o adolescente cometeu o furto. As mesmas câmeras mostravam que o uniforme que o garoto usava era da Escola Estadual Marcolino de Barros, para onde os policiais se dirigiram.

Após ser pego o jovem confessou o furto e se mostrou envergonhado. Disse que só havia pego o bloco porque sua mãe estava desempregada há mais de 7 meses e, de acordo com o UOL, o pai do menino estava preso por homicídio e, portanto, não pagava pensão à mãe do garoto.

O choque da mãe

A mãe do rapaz, uma cabeleireira de 34 anos que afirmou ter passado a noite em claro por conta do acontecimento, mesmo após ter tomado calmante. Mãe de 4 crianças, a cabeleireira disse que já havia gasto R$ 400 com o material escolar das crianças e que o bloco havia ficado faltando. Ela pedira ao filho para esperar até sexta-feira (15) que ela veria as possibilidades de comprar. Ele não esperou e acabou apanhando da mãe na delegacia.

"Bati nele na delegacia, fiquei muito chocada. Não era para ele ter feito isso”, afirmou.

O garoto não foi preso e após ser aconselhado pelos policiais a não ter mais este tipo de atitude, foi liberado. Envergonhado, segundo a mãe, ele está sem falar e não quer voltar à escola onde os policiais o encontraram. A mãe conta ainda que, por conta da internet, todo mundo ficou sabendo e o filho está nervoso com o fato.

Ela ainda afirma que, como punição ele não vai poder fazer muito das coisas que gosta, como assistir televisão e usar o celular.

Comoção geral

A notícia do furto se espalhou por toda a cidade, de cerca de 150 mil habitantes. A comoção foi geral. Foi então que a população se uniu para ajudar a família e o garoto, doando materiais escolares e de higiene.

Jennifer Magalhães, que é engenheira civil e está comandando a ação beneficente, afirma não concordar com o que foi feito pelo garoto, mas se questionou muito sobre a motivação que o levou ao furto. Ela afirma ainda que vai repassar o que recolher da ação ao adolescente e fará o mesmo com outras escolas locais, cuja precariedade gera a vulnerabilidade social.

A policial Rosa Borges, de 53 anos, disse ao jornal O Tempo que vê muitos adolescentes roubando para consumir drogas, mas que ver um menino que está, na verdade, a fim de estudar, é muito diferente. Ela conta que foi à casa do garoto e percebeu que além de ter uma família muito boa, ele é também um menino muito bom.