O policial Eduardo Andrade Santos, de 34 anos, é vizinho da Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), e um dos principais heróis do massacre do último dia 13. Ele entrou na escola logo que o tiroteio começou e conseguiu interceptar os dois assassinos até a chegada da Polícia Militar.
Eduardo está afastado do trabalho por licença médica, mas no dia do massacre em Suzano não pensou em mais nada, apenas em ajudar os alunos.
Sozinho, ele entrou na escola assumindo todos os riscos e, como não estava uniformizado, poderia até mesmo ser confundido com um dos atiradores e ser morto pela PM. Mas ele não se importou com isso.
"Eu escutei os tiros, mas não sabia de onde eles vinham. O pessoal do prédio que fica aqui perto gritava que era da escola", disse o policial em declarações ao portal G1. "Entrei em casa, peguei a arma e o distintivo e corri para lá."
Segundo seu relato, viu alunos machucados saindo da escola, crianças feridas a bala e descobriu quem eram os dois assassinos. Ele então rodeou a escola e gritou, dizendo que tudo estava cercado e que os criminosos deveriam parar de atirar.
Ele mostrava o distintivo para os alunos que fugiam, para eles saberem que já tinha um policial ali. Um dos atiradores disparou na direção do policial, mas o tiro não o acertou e ele não podia revidar porque muitos alunos estavam correndo.
Em seguida chegaram as equipes da Força Tática e ele se identificou mostrando o distintivo. A partir daí ele ajudou a levar os alunos para uma área segura. “Só dos banheiros saíram mais de 40 alunos”, disse Eduardo.
Momentos que jamais serão esquecidos
Santos contou emocionado que sempre que ele sai para atender uma ocorrência, chega um momento que ela termina e ele volta para casa, porém, o massacre na escola em Suzano nunca acabará para ele, terá que aprender a conviver com as cenas que viu, as crianças correndo desesperadas, o desespero estampado no rosto de cada um dos alunos que foram lá para aprender, mas acabaram vivendo o pior momento de suas vidas.
A polícia continua investigando o caso e um jovem de 17 anos já foi apreendido suspeito de ter ajudado os dois assassinos no planejamento do massacre.