Rhyllary Barbosa dos Santos, 15 anos, é uma sobrevivente que relatou seus momentos de tensão na Escola Estadual Professora Raul Brasil, palco de uma das maiores tragédias brasileiras em ambiente educacional. A chacina que aconteceu nesta quarta-feira (13), poderia ter sido ainda maior se não fossem as histórias de grandes heróis que lutaram para salvar sua vida e a vida de outros alunos e funcionários. O saldo total da tragédia foram dez mortos, dentre eles, 5 alunos, 2 funcionárias do colégio e os dois atiradores. O outro morto foi o tio de Guilherme, um dos atiradores, que morreu em sua loja de veículos, que fica a cerca de 500 metros da escola.

A jovem de 15 já é considerada uma espécie de heroína pelos amigos, familiares e vizinhos. Tudo porque ela se emocionou ao contar que lutou contra um dos assassinos e conseguiu sobreviver. "Sou uma sobrevivente. (...) Eu fico emocionada e ao mesmo tempo fico triste pelas famílias dos colegas que morreram.", disse a moça.

Jovem se salva após lutar contra assassino

Rhyllary é orgulho para sua família e sua mãe, Marilene, revelou que a jovem salvou muita gente na escola, liberando a passagem na recepção para vários alunos. Em entrevista ao site de notícias G1, que fez grande cobertura do caso, a menina contou emocionada sobre os instantes de violência que presenciou em sua escola. Ela contou que teve que pensar muito rápido para poder escapar.

Ela conversava com uma outra jovem e com a inspetora que morreu no ataque. Eliana Regina, a funcionária que morreu, era muito querida pela lutadora, que a chamava de 'tia'.

Ao ver o homem com revólver ela disse que, apesar do medo, seguiu sua intuição e abriu a porta para ajudar a liberar a passagem para outros alunos. Ela conta que trombou com um dos assassinos, que estava com a machadinha no chão, e entrou em luta corporal.

Ela é lutadora de jiu-jitsu e adotou técnicas de defesa pessoal. Ele tentou derruba-la com uma rasteira e ela firmou o corpo para não ficar vulnerável. De todo modo, a ação por impulso, não foi desassociada do desespero, conta a jovem.

Sobre os sonhos e futuro, a menina contou ao G1 que quer se delegada e, por isto, quer estudar Direito para fazer a diferença.Também quer continuar com a arte marcial e ensinar as técnicas para outras pessoas no futuro.

A estudante que a volta às aulas não será fácil, justamente por conta das imagens da chacina e da saudade de todos os colegas na escola.

Cabe lembrar que os relatos de quem vivenciou a barbárie dão conta de muito sangue pelos corredores da escola. O próprio Estado de São Paulo contratou uma empresa terceirizada para limpar o colégio e reduzir um pouco o trauma de quem viu a barbárie de perto (evitando que os próprios funcionários tivesse que fazê-lo).