Subiu para dez –incluindo os dois atiradores– o número de mortos em um ataque ocorrido na manhã desta quarta-feira (13) na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. Cinco alunos e dois funcionários da instituição foram mortos após dois jovens encapuzados invadirem o local armados. Eles se suicidaram logo em seguida.

Estudantes e funcionários que estavam no local contaram detalhes dos momentos de pânico vividos dentro da instituição de ensino.

Um dos alunos contou que era hora do intervalo quando os dois indivíduos invadiram o local, um deles armado com um revólver e outro com uma faca.

Rosni Marcelo Grotliwed, de 15 anos, relatou ao G1 que estava conversando quando escutou três tiros e tentou se proteger pulando o muro e os atiradores vieram a atrás “matando mundo gente”. Ainda de acordo com o estudante, eles se aproveitaram do momento que o pente da arma do atirador descarregou para fugirem.

Rosni falou ainda que o outro invasor passou com uma faca do seu lado, mas ele conseguiu desviar e correu para a diretoria. “Fui para a diretoria e tinha muita gente morta no chão.

Eles gritavam, mas eu não entendi o que era”, falou o estudante, que viu um amigo levar um tiro e outro ser esfaqueado no ombro.

Estudantes se esconderam na cozinha

O número de vítimas poderia ter sido maior, não fosse a ajuda da merendeira Silmara Cristina Silva de Moraes, de 54 anos. Em entrevista ao portal G1, ele relatou que ajudou a esconder cerca de 50 alunos dentro da cozinha da escola. Além disso, freezers e geladeiras foram usados como barricada para impedir a entrada dos invasores e uma mesa foi usada como escudo.

“Foi muito desesperador, porque foi muito tiro, muito tiro mesmo e era muito pânico”, disse a funcionária. Ela falou ainda que a ação durou entre 10 e 15 minutos e eles pareciam estar procurado alguém.

“Iam para lá e para cá atirando muito”, contou.

Ex-alunos

Dentro da escola a Polícia encontrou uma mala com fios e o esquadrão antibombas precisou ser acionado. Também foi encontrado um arco e fecha e garrafas que poderiam ser coquetéis molotov. Um dos invasores mortos tinha uma machadinha na cintura.

O coronel Fábio Pelegrini informou que os atiradores são ex-alunos da escola. Ainda não se sabe as motivações dos ataques. Minutos antes, um homem foi baleado pela dupla de atiradores em uma loja de veículos que fica nas proximidades da escola. Ele foi socorrido ao hospital, mas acabou morrendo.